22-04-2019.
Os fiéis dessa religião constituem 7,4% da população de um país dominado pelo budismo e totalizam 1,2 milhão de pessoas. Entre estes, 85% se declararam católicos e o restante protestante. Sua história como minoria tem sido relativamente pacífica, embora em tempos recentes as tensões no país tenham aumentado.
Os cristãos representam apenas 7,4% da população do Sri Lanka, um país insular na costa da Índia que sofreu uma série de ataques implacáveis contra igrejas e hotéis neste domingo, que deixou pelo menos 207 pessoas mortas e 450 feridos.
Os ataques ocorreram precisamente no domingo de Páscoa, uma celebração central do cristianismo em que os fiéis celebram a ressurreição de Jesus Cristo depois de ser crucificado.
Os cristãos no Sri Lanka somam 1,2 milhão de pessoas em uma população total de 21 milhões, na qual a grande maioria professa o budismo (70%). Outras religiões importantes são o hinduísmo (12,6%) e o islamismo (9,7%), segundo o último censo nacional realizado em 2011.
Mas seja qual for a fé, os cingaleses são o terceiro povo mais religioso do mundo, segundo a consultoria Gallup, já que 99% declararam em 2008 que a religião era uma parte muito importante de suas vidas.
No caso dos cristãos, que foram parcialmente alvo das oito explosões deste domingo, alguns deles realizados por homens-bomba, 85% se declaram católicos e os 15% restantes estão divididos entre anglicanos, metodistas e outras denominações protestantes.
Duas das três igrejas atacadas, em Kochchikade e Katuwapitiya, são católicas, enquanto a terceira em Batticaloa pertence ao movimento evangelista carismático, de acordo com relatos da mídia local. Hotéis de luxo também foram atacados e dezenas de estrangeiros teriam sido mortos.
A situação dos cristãos no Sri Lanka é relativamente pacífica e sua história no país remonta, segundo a tradição, ao primeiro século, quando a religião foi introduzida graças à peregrinação do apóstolo Tomé.
Embora a consolidação dos católicos tenha começado no ano de 1505 com a chegada dos exploradores portugueses. No século XVII e com a chegada de exploradores britânicos e holandeses, o protestantismo experimentou um forte crescimento sem jamais questionar a superioridade numérica dos católicos.
Especialmente estes últimos foram percebidos nos últimos tempos como uma força unificadora, pois tiveram seguidores tanto entre a minoria tâmil quanto entre os cingaleses, grupo étnico majoritário, durante o longo período de 25 anos de guerra civil que terminou em 2009.
Segundo estimativas da ONU, o conflito deixou entre 80.000 e 100.000 mortos entre 1985 e 2009.
No entanto, alguns cristãos são mal vistos porque apoiam investigações externas sobre os crimes supostamente cometidos pelas forças armadas contra os tâmeis.
Ataques contra minorias religiosas na ilha foram repetidos no passado, a última de relevância em 2018, quando o governo teve que declarar estado de emergência após confrontos entre muçulmanos e budistas cingaleses com dois mortos e dezenas de detidos.
As explosões do domingo, de uma violência incomum e cuja natureza exata é desconhecida, não foram reivindicadas até agora. Em 11 de abril, o chefe de polícia do Sri Lanka, Pujuth Jayasundara, alertou autoridades de alto escalão em uma nota de que um grupo muçulmano radical planejava ataques suicidas contra ‘igrejas importantes’.
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