As CBDCs (moedas digitais de bancos centrais) são as moedas digitais reguladas e controladas pelos governos. De acordo com Christine Lagarde, presidente do Banco Central Europeu (BCE), pelo menos 80 bancos centrais em todo o mundo estão desenvolvendo seus projetos. O Brasil planeja apresentar o real digital em 2022 e a China lidera a corrida, já em fase de testes com o yuan digital.
As CBDCs basicamente farão com que o fim do papel moeda ocorra a favor dos governos – deixaremos de utilizar o dinheiro como conhecemos e teremos uma “nova forma de dinheiro”.
Embora as criptomoedas tenha nos mostrado um novo mundo, principalmente o de nos dar poder sobre o nosso próprio dinheiro, as CBDCs são em essência completamente o contrário.
As criptomoedas, principalmente o Bitcoin, têm como essência a descentralização, que faz com que as pessoas não dependam de nenhuma instituição financeira, nenhum intermediário e muito menos de algum governo. A oferta limitada do Bitcoin faz que com que ele seja um ativo deflacionário, razão pela qual desde sua criação ele vem se valorizando, incluindo características próprias como imutabilidade e um próprio mecanismo de auto ajuste que faz com que ele se torne ainda mais deflacionário.
Já o papel moeda como conhecemos, é exatamente o contrário: Não possui nenhum lastro, é impresso pelo governo e imposto por eles para a sociedade, além disso, ele é baseado totalmente na confiança das pessoas pelos próprios governos.
O dinheiro controlado pelo governo tem como essência uma oferta ILIMITADA, isso faz com que o fenômeno da perda do poder de compra seja parte da nossa realidade, a nossa velha amiga inflação.
Várias intervenções são feitas pelos governos para salvar seus amigos bancos centrais e eles próprios diante de crises ironicamente provocadas por eles mesmos, resultando em impacto negativo na economia e que no final afeta os mais pobres.
A moeda como conhecemos hoje, por mais que seja controlada pelos governos, ainda nos garante certo poder de decisão sobre ela, como gastar, guardar ou investir. Ou seja, o governo não pode controlar tudo o que você faz com ele.
Com a chegada das CBDCs (moedas digitais dos bancos centrais), que são reguladas e controladas pelos governos, seremos encaminhados para o absolutismo monetário, isso é, o governo poderá controlar exatamente o que você faz com seu dinheiro, ele terá controle de tudo.
“Vai ser um dispositivo totalitário que vai dar amplos poderes ao Governo, realmente assustador”, disse o Economista Fernando Ulrich.
A China já está testando o Yuan Digital, que permite o controle absoluto sobre as pessoas até o ponto de o governo conseguir impor uma data de validade para gastar esse dinheiro, um completo absurdo.
Ao contrário do dinheiro fiduciário, o governo pode definir uma data de validade para o yuan digital e fazer seu valor desaparecer de uma hora para outra. Em outras palavras, o dinheiro em sua carteira que você pensava ser todo seu, poderia se comportar de acordo com os desejos de um ‘mestre’ diferente.
Um exemplo do mundo real: nos primeiros testes do Yuan Digital, o governo permitia seu uso apenas em locais específicos, em certas lojas e em certas datas. O governo demonstrou que pode programar o yuan digital para proibir transferências e limitar a forma como ele é usado, do jeito que ele achar melhor.
Já no Brasil, ainda não foi publicado um documento revelando todas as características técnicas de como será a nova moeda digital, mas ela já está em desenvolvimento.
Na semana passada um comunicado do Banco Central do Brasil confirmou esse caminho futuro para o real digital, alegando que a moeda digital será também uma “reserva de valor”.
As CBDCs tirarão a completa liberdade das pessoas, reduzindo a zero. E o impacto que isso pode trazer na economia será catastrófico em termos de decisões e poder individual.
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