Um 'padre robô' projetado para ensinar orações, sermões e aconselhar adoradores católicos na cidade polonesa de Varsóvia levanta controvérsia sobre como a ciência está avançando para substituir a conexão divina do homem com Deus. Imagem do robô usado na Igreja São João Paulo II de Varsóvia, Polônia (BBC News/Screenshot via TheBL/Youtube)
Um documentário da BBC lançado no sábado, 23 de outubro, intitulado "Deus e os robôs": A IA transformará a religião"? Ele mostra pessoas dentro da Igreja São João Paulo II de Varsóvia interagindo com um robô, carregado com informações sobre religião em seu banco de memória para transmitir a doutrina católica.
A máquina de Inteligência Artificial (IA) é chamada "SanTO", uma abreviação para "Sanctified Theology Operator" (Operador Teológico Santificado). Ela tem uma imagem parecida com uma estátua de santo católico e foi projetada por Gabriele Trovato, um pesquisador italiano de robótica, que disse ter decidido construí-la para ajudar as pessoas a rezar.
Embora a BBC tenha apresentado o 'robô católico' como uma nova invenção criada por Trovato para ajudar os crentes na pandemia da COVID-19, The Wall Street Journal relatou em um artigo de março de 2019, Trovato apresentou SanTO em uma exposição de arte sacra em Roma, em fevereiro de 2018.
"Ficou claro para mim no ano passado durante o encerramento, quando muitas pessoas começaram a reclamar que não podiam ir à igreja, que uma máquina como a SanTO podia dar uma mão", disse Trovato à BBC.
O documentário, mostrou a repórter da BBC Sofia Bettiza e uma mulher fazendo perguntas sobre o robô, que está programado para responder citando a Bíblia. Bettiza disse que os paroquianos estavam abertos à idéia de um "robô católico", embora a maioria dissesse que ainda "preferia um padre humano", informou o Life Site News.
Enquanto isso, o padre Slawomir Abramowski, disse que o robô ou inteligência artificial poderia ser usado para ajudar as pessoas a entender os ensinamentos da Igreja, embora ele tenha notado que não para substituir o padre, porque ele não tem alma. E quando perguntado sobre se ele acreditava que um robô poderia oficiar um casamento, ele respondeu que isso "é impossível".
Mas as controvérsias sobre a IA na religião não são novas. Em 2016, um templo budista fora de Beijing controlado pelo partido comunista ateu chinês apresentava um "monge robô" cantando mantras e explicando dogmas de doutrina religiosa, relatou The Guardian.
Em Kyoto, Japão, um robô chamado "Mindar", coberto de silicone para se parecer mais com um humano e projetado para se assemelhar à divindade budista Gwan Yin, foi colocado em um templo de 400 anos.
Enquanto isso, para comemorar os 500 anos da reforma luterana da Igreja na Alemanha, foi apresentado um "sacerdote robô" chamado BlessU-2, que "abençoou" os crentes em cinco idiomas: alemão, inglês, francês, espanhol ou polonês.
Uma máquina com inteligência artificial sem alma ou espírito transmitindo doutrina religiosa nos templos e "falando de fé", mostra claramente a deterioração das instituições religiosas, que usam uma ciência humana limitada no campo espiritual, interferindo na conexão do ser humano com Deus.
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