A União Europeia recomendava em um documento dizer “Felizes festas” em lugar de “Feliz Natal”, entre outras correções políticas que excluíam elementos cristãos, alegando que se deve manter um discurso “inclusivo” que não fira a sensibilidade das pessoas não cristãs.
Alegando que poderia ferir a sensibilidade das pessoas não cristãs, a União Europeia (UE) pretendia censurar a festa mais importante da cristandade. Por meio de um dossiê, a Comissão Europeia (CE) sobre Diretrizes propunha uma comunicação “inclusiva” que excluía todo elemento cristão do Natal. Recomendava dizer “Felizes festas” em lugar de “Feliz Natal”, entre outras correções políticas. Logo após um portal italiano alertar, a direita deste país acusou que se estava “cancelando o Natal” e o Vaticano não tardou em reagir.
A União Europeia teve que se retratar apenas cinco horas depois da publicação, dada a indignação que gerou. #EuFelicitooNatal virou tendência nas redes sociais.
Antonio Tajani, do partido italiano de centro-direita Força Itália e presidente da Comissão de Assuntos Cosntitucionais do Parlamento Europeu, elogiou que tenha sido corrigida a comunicação.
“Graças também à ação da Força Italia , a Comissão Europeia retira as diretrizes sobre linguagem inclusiva que pediam a eliminação de referências a dias festivos e nomes próprios. Viva o #Natal! Viva a Europa do sentido comum!” disse no Twitter.
O secretário de Estado do Vaticano, o cardeal Pietro Parolin, interveio com uma crítica inusual aguda em um vídeo, terça-feira, em um portal de notícias do Vaticano. Parolin elogiou os esforços para erradicar a discriminação na comunidade, mas disse que as iniciativas não podem implicar a “anulação de nossas raízes, a dimensão cristã de nossa Europa, especialmente no que diz respeito às festas cristãs.”
“Obviamente, sabemos que a Europa deve sua existência e sua identidade a muitas influências, mas certamente não podemos esquecer que uma das principais, senão a principal, foi o próprio cristianismo.”
A correção política chegou a tal ponto que as diretrizes recomendam evitar “considerar que alguém é cristão”. O que implica não assumir que celebra o Natal. Paralelamente “exige “ser sensível ao fato de que as pessoas têm tradições religiosas diferentes.”
Em lugar de adaptar a população imigrante aos costumes europeus, a agenda da União Europeia pretende adaptar a Europa a seus imigrantes e fazê-lo excluindo a terminologia cristã em nome da inclusão.
Segundo o portal Italiano Corriere Della Serra , que expôs estas diretrizes, também se deve evitar o termo “cidadão imigrante” já que não inclui aqueles que já obtiveram a cidadania. Seguindo a mesma linha, sugere não usar nomes “ocidentais de forma genérica.
Após o portal ter publicado estes conteúdos, a comissária europeia de Igualdade, Helena Dalli, disse através do Twitter:
“Estamos analisando as preocupações (geradas pelo documento) com o fim de abordá-las em uma versão atualizada de suas pautas.”
“Não é um documento definitivo e ditas pautas necessitam mais trabalho”, acrescentou.
“Devemos oferecer sempre uma comunicação inclusiva, garantindo assim que todos sejam apreciados e reconhecidos independentemente de seu sexo, religião ou origem étnica”, detalhou Bruxelas por meio de um comunicado.
Agora este discurso chega a nível paraestatal. Por meio das recentes diretrizes, a União Europeia sugeria inclusive substituir “o período natalino” com “o período de férias”.
De modo que a noção de progresso do progressismo não está vinculada à estabilidade nem à prosperidade mas aos passos progressivos em direção ao totalitarismo, onde tudo esteja regulado pelo Estado, começando pela linguagem. Por isso, a presença cristã resulta em tamanho incômodo, pois oferece um código moral paralelo ao estatal.
Frente a esta situação, se tornou viral um discurso da presidente da Comunidade de Madrid, Isabel Díaz Ayuso, do ano passado, em defesa do Natal: “Porque sobre os Evangelhos, a cultura grega e o Direito romano se fundam nossa cultura, nossas políticas, nossa visão de mundo. Nesta forma de vida ocidental, universal, se representa o Natal, para crentes e não crentes. Um povo que esquece suas raízes espirituais e filosóficas, não só se aniquila a si próprio, mas priva o mundo da forma de ver-nos. Por isso, na Comunidade de Madrid celebramos o Natal. Celebramos este maravilhoso Nascimento. Paz na Terra a todos os homens de boa vontade. Paz e amor. Feliz Natal e bem-vindos a este Belém que é de todos.”
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