Nossa Senhora Auxiliadora, que também é invocada como Maria Auxiliadora, simboliza uma das designações da Virgem Maria, a Mãe de Jesus. O culto a mesma surgiu no século VXI, no ano de 1571, quando o Papa Pio V e o militar Dom João de Áustria recorreram ao auxílio de Nossa Senhora para vencer a Batalha de Lepanto – um conflito naval que se travou entre a Igreja Católica e o Império Otomano.
Por ter intercedido pelos católicos quando eles mais necessitavam, essa invocação de Maria é tida como a padroeira do lar, sendo comumente chamada em circunstâncias dolorosas e desastrosas.
Em 1571, Ali Paxá de Tepelene, o então líder otomano, preparava-se para invadir a Europa, visando ao aumento de sua influência e de seu poder. Por onde o tirano passava, ele provocava a destruição, incendiando templos e assassinando os que discordavam dele; assim, o pânico era generalizado.
O caso tornava-se ainda mais alarmante quando se considerava a grave crise pela qual a Igreja Católica passava; com a expansão do protestantismo, as estruturas da Organização estavam bastante abaladas. Mesmo assim, o Papa Pio V conseguiu formar um grande exército contra os invasores, o qual foi chefiado por Dom João de Áustria.
Conta a lenda que o militar, por ser um cristão extremamente fiel e devoto, fez com que os combatentes, durante os três dias anteriores à batalha, se confessassem, jejuassem e rezassem em nome da Virgem Maria. No quarto dia, o inesperado aconteceu; enquanto os turco-otomanos tentavam ultrapassar o Estreito de Lepanto – o canal marítimo que dá acesso à Europa, eles viram uma aparição de uma mulher envolta por luz e poder, a Mãe de Jesus. Essa imagem desestabilizou e amedrontou os guerreiros muçulmanos de forma tão intensa que eles acabaram fugindo, fazendo dos cristãos os vencedores.
Depois da vitória, como forma de honrar a Virgem, o Papa deu início à veneração a Nossa Senhora Auxiliadora.
Nossa Senhora Auxiliadora é tida como a protetora do lar. Desse modo, as orações destinadas à santa, em sua maioria, possuem a intenção de clamar por proteção e por intercessão em situações difíceis.
Em 1816, o Papa Pio VII incluiu a festa de Nossa Senhora Auxiliadora no Calendário Litúrgico. A data escolhida para as celebrações foi o dia 24 de maio, a qual persiste até hoje.
Com base nos relatos dos muçulmanos que foram capturados durante a batalha, confeccionou-se uma imagem de Nossa Senhora Auxiliadora. O ícone é repleto de atributos, cada qual com um significado próprio; são eles:
Coroa e cetro de Maria: A coroa e o cetro da santa fazem menção à sua posição de rainha. Além disso, os artefatos expressam a autoridade e a influência da Virgem, que sempre se dispõe a defender seus filhos.
Manto azul de Maria: A capa azul que recobre a santa representa a sua celestidade e a sua pureza, as quais são inerentes a ela.
Túnica vermelha de Maria: A túnica da Virgem simboliza o sangue e a paixão de Jesus Cristo, o que tem o intuito de reafirmar que o Messias não pereceu em vão.
Coroa de Jesus: Tal como a coroa de Maria, a coroa de Cristo representa a sua realeza, e sua superioridade.
Túnica amarela de Jesus: A veste do salvador tem a finalidade de ressaltar a sua divindade, representando a luz e a verdade de Deus.
Manto vermelho de Jesus: A capa do Messias, por fim, tem o intuito de reafirmar a sua enorme compaixão, a qual, de tão grande, fez com que Ele se sacrificasse pela humanidade.