Batizada de Piaba pelos moradores da cidade, cadela não tem dono e sempre marca presença nos eventos católicos.
Basta o sino da Igreja Nossa Senhora da Piedade, em Anadia, interior de Alagoas, tocar, que um participante inusitado logo se faz presente para assistir à missa. Uma cadela, batizada pelos moradores de Piaba, procura um lugar para deitar e acompanhar a celebração.
"A cadelinha Piaba é sempre bem-vinda e faz parte do cotidiano não só aqui da nossa comunidade, mas de toda cidade. Todos conhecem a cadelinha Piaba e cuidam dela, colocam um pouquinho de ração, comida, quando chega na porta. Lá na casa paroquial ela sempre tem um lugarzinho para descansar. Faz parte da vivência de todos", diz o Padre Erik Oliveira.
Enquanto a pessoas rezam, Piaba se coloca em uma posição como se estivesse protegendo os fiéis. Durante as procissões, ela acompanha a caminhada sempre à frente, perto da imagem. De tanto participar dos eventos religiosos, já virou figura ilustre na cidade.
Piaba mora na rua e os moradores oferecem alimento e água a ela. Eles calculam que a cadela deve ter entre 15 e 17 anos. E já faz parte da história de muita gente da cidade.
"Ela apareceu parida vizinho ao supermercado, por trás de uma banca de pastel. Eu me lembro, eu me recordo que a minha filha com dois anos de idade já levava ela para olhar os cachorrinhos dessa cadela", relembra o comerciante Alexandre Rocha.
Quando tem velório, Piaba também marca sua presença, geralmente ficando deitada perto do caixão. "Ela passa a noite todinha no velório. Amanhece o dia e ela acompanha o enterro, vai no cemitério. E depois que enterram a pessoa ela volta, vai na casa da pessoa que faleceu e entra nos quartos, entra na cozinha, olha a sala e vem embora", conta a aposentada Duciera Torjal.
Piaba também participa de momentos felizes na cidade. Na festa da padroeira da cidade, Piaba participa das apresentações da banda de música da cidade, acompanhando os músicos.
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