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15 de Setembro – As 7 Dores de Maria

A devoção a Nossa Senhora das Dores celebrava antigamente as assim chamadas Sete Dores de Maria. Foi o Papa Pio X quem formalizou o título “Nossa Senhora das Dores”, ou “Virgem Dolorosa”, que hoje celebramos no dia 15 de setembro. É com este título que nós, católicos, honramos o sofrimento de Maria, acolhido livremente na redenção mediante a cruz. Foi junto à Cruz que a Mãe do Cristo crucificado se tornou a Mãe do Corpo Místico plasmado na Cruz: a Igreja.

Mas quais são as 7 dores de Maria? A devoção popular, que precede a celebração litúrgica, tinha fixado simbolicamente as sete dores da corredentora com base nos episódios narrados pelos Evangelhos:

  • A profecia do velho Simeão;
  • A fuga para o Egito;
  • A perda de Jesus no templo;
  • O caminho de Jesus para o Gólgota;
  • A crucificação;
  • A deposição da cruz;
  • O sepultamento de Jesus.

Santo Afonso escreveu no seu livro ‘Glórias de Maria’ as sete dores de Nossa Senhora.

 

1 – Profecias de Simeão (Lucas 2, 34-35)

Na primeira dor, Santo Afonso lembra que Deus usa de misericórdia conosco “ocultando” as “cruzes vindouras” na nossa vida, porque Ele deseja que vivamos o sofrimento somente na hora e nos momentos certos. Com a Virgem Maria, Ele não teve a mesma atitude. Maria foi destinada a ser a Rainha dos Mártires e em tudo semelhante a seu Filho.  “Devia por isso, sofrer continuamente e ter sempre diante dos olhos as penas que a esperavam”.

Oração à Nossa Senhora das Dores

“Ó minha bendita Mãe, não só uma espada, porém tantas quantas foram os meus pecados, tenho eu acrescentado ao vosso coração. Não a vós, que sois inocente, minha Senhora, mas a mim, réu de tantos delitos, são devidas as penas. Já que, contudo, quisestes sofrer tanto por meu amor, impetrai-me pelos vossos merecimentos uma grande dor de minhas culpas, e a paciência necessária para sofrer os trabalhos desta vida. Por maiores que sejam, sempre serão leves em comparação dos castigos que tenho merecido, e de meus pecados, que me têm tornado tantas vezes digno do inferno. Amém.”

 

2 – A fuga da Sagrada Família para o Egito (Mateus 2, 13-21)

Jesus e Maria passaram pelo mundo como fugitivos, e eles trazem uma lição para nós, diz Santo Afonso: “Temos de viver na terra como peregrinos, sem apegos aos bens que o mundo nos oferece”. Aprendamos com Jesus e Maria a abraçar as cruzes, porque sem elas não podemos viver neste mundo.

Oração à Nossa Senhora das Dores

“Ó Maria, nem depois de vosso Filho ter sido imolado pelos homens, que o perseguiram até à morte, cessaram esses ingratos de persegui-lo com seus pecados, e de afligir-vos, ó Mãe dolorosa? E eu mesmo, ó meu Deus, não tenho sido um desses ingratos? Ah! minha Mãe dulcíssima, impetrai-me lágrimas para chorar tanta ingratidão. E, pelas muitas penas que sofrestes na viagem para o Egito, assisti-me com vosso auxílio na viagem que estou fazendo para a Eternidade, a fim de que possa um dia ir amar convosco meu Salvador perseguido, na pátria dos bem-aventurados. Amém.”

 

3 – A perda do Menino Jesus no templo (Lucas 2, 41-51)

Uma das maiores dores de Maria foi esta: a perda de seu Filho no templo. Somente nesta dor é que ouvimos Maria queixar-se, diz Santo Afonso. “Filho, por que fizeste assim conosco? Olha que teu pai e eu te buscamos aflitos!” (Lc 2,48). Essas palavras, segundo Afonso, não indicam uma censura da parte de Nossa Senhora, mas revelam a intensa dor que experimentou na ausência do amado Filho.

Santo Afonso então oferece uma reflexão: “Essas penas de nossa Mãe devem, primeiramente, servir de conforto às almas que se veem privadas das consolações e da suave presença do Senhor. (…) Chorem, se quiserem, mas chorem com paz e resignação, como Maria chorou a ausência de seu Filho. Cobrem ânimo e não temam por ter perdido a graça divina“.

Oração à Nossa Senhora das Dores

“Ó Virgem bendita, por que assim vos afligis, buscando o vosso Filho, como se não soubésseis onde ele está? Não vos recordais que está em vosso coração? Não sabeis que ele se compraz entre os lírios? Vós mesma o dissestes: “O meu amado é para mim e eu sou para ele, que se apascenta entre as açucenas” (Ct 2,16). Vossos pensamentos e afetos, tão humildes, tão puros, tão santos, são outros lírios que convidam o Divino Esposo a habitar em vós. Ah! Maria, vós suspirais por Jesus, vós que não amais senão a Jesus! Eu é que devo suspirar, eu e tantos pecadores que o não amamos, e o temos perdido por nossas ofensas. Minha Mãe amabilíssima, se por minha culpa vosso Filho ainda não tornou à minha alma, fazei que eu o ache de novo. Bem sei que ele se faz achar por quem o busca. Mas fazei que eu o procure como devo. Vós sois a porta pela qual se chega a Jesus, fazei que também eu chegue a ele por meio de vós. Amém.”

 

4 – Encontro com Jesus caminhando para a morte (Lucas 23, 27-31)

Maria Santíssima chora ao ver chegar o momento da Paixão e ao notar que faltava pouco tempo para perder o seu Filho. Santo Afonso recorda que Maria não quer abandonar Jesus, embora ver sua morte seja uma dor incalculável. “Adiante vai o Filho, e atrás segue a Mãe para ser crucificada com ele. (…) Não nos apiedaremos de Maria, que vai seguindo o Cordeiro Imaculado, levado ao suplício? Participemos, pois, de sua dor; com ela acompanharemos seu Divino Filho, levando pacientemente as cruzes que nos manda o Senhor”. 

Oração à Nossa Senhora das Dores

“Ó minha Mãe dolorosa! Pelo merecimento da dor que sentistes, vendo vosso amado Jesus conduzido à morte, impetrai-me a graça de também levar com paciência as cruzes que Deus me envia. Feliz serei, se souber acompanhar-vos com minha cruz até a morte. Vós e Jesus, que eram inocentes, carregaram uma cruz tão pesada, e eu, pecador, que tenho merecido o inferno, recusarei carregar a minha? Ah! Virgem Imaculada, de vós espero socorro para sofrer com paciência todas as cruzes. Amém.”

 

5 – A morte de Jesus na Cruz (João 19, 25-27)

Aqui temos que contemplar um grande martírio, indica Santo Afonso. Uma mãe é condenada a ver morrer diante de seus olhos o seu Filho inocente. “Estava em pé junto à cruz de Jesus, sua Mãe” (Jo 19,25).

“A Virgem não cessava de oferecer à Divina Justiça a vida do Filho pela nossa salvação. Por aí vemos o quanto cooperava pelos seus sofrimentos para fazer-nos nascer à vida da graça. E, se nesse mar de mágoas, que era o coração de Maria, entrou algum alívio, então este único consolo foi certamente o animador pensamento de que, por suas dores, cooperava para nossa eterna salvação”, relata Santo Afonso.

Oração à Nossa Senhora das Dores

“Ó aflitíssima entre todas as mães, morreu, pois, vosso Filho tão amável e que tanto vos ama. Chorai, que bem razão tendes para chorar. Quem poderia vos consolar jamais? Só pode dar-vos algum alívio pensar que Jesus com sua morte venceu o inferno, abriu aos homens o paraíso, que lhes estava fechado, e fez a conquista de tantas almas. Do trono da cruz Ele reinará sobre tantos corações que, pelo amor vencidos, o servirão com amor. Dignai-vos, entretanto, ó minha Mãe, consentir que me conserve a vossos pés, chorando convosco, já que eu, pelos meus grandes pecados, tenho mais razão de chorar que vós. Ah! Mãe de Misericórdia, em primeiro lugar pela morte de meu Redentor, e depois pelo merecimento de vossas dores, espero o perdão e a salvação eterna. Amém”.

 

6 – Maria recebe o corpo do filho tirado da Cruz (Mateus 27, 55-61)

Na sexta dor da pobre Mãe de Jesus, Santo Afonso convida a contemplar “com atenção e lágrimas de piedade”. As dores que até agora, uma a uma, iam golpeando Maria, vêm todas de uma única vez. Santo Afonso indica então uma frase de São Boaventura, dita por Maria. “Se meu Filho quis que lhe fosse aberto o lado para dar-te seu coração, é justo que lhe dês também o teu”. Maria reconhece em Jesus o plano completo da salvação de Deus.

Oração à Nossa Senhora das Dores

“Ó Virgem dolorosa, ó alma grande pelas virtudes e também pelas dores, pois que ambas nascem do grande incêndio do amor que tendes a Deus, o único objeto amado por vosso coração. Ah! minha Mãe, tende piedade de mim, que não tenho amado a Deus e tanto o tenho ofendido. Vossas dores me enchem de grande confiança, e me fazem esperar o perdão. Mas isso não me basta; quero amar a meu Senhor. E quem me pode alcançar essa graça melhor que vós, que sois a Mãe do belo amor? Ah! Maria, a todos consolastes; consolai também a mim. Amém”.

 

7 – A sepultura de Jesus (Lucas 23, 55-56)

A sétima e última dor que Santo Afonso medita é a que mostra o sofrimento de Maria ao ver-se obrigada a deixá-lo finalmente no sepulcro. “Compreenderemos melhor esta última dor da Senhora, se subirmos ao Calvário e aí contemplarmos a desolada Mãe, ainda abraçada com o Filho morto”. Santo Afonso afirma ainda que Maria foi a primeira a adorar a cruz de Jesus.

Oração a Nossa Senhora das Dores

“Ó minha Mãe dolorosa, não vos quero deixar chorando sozinha. Quero acompanhar-vos com minhas lágrimas. Esta graça hoje vos peço: obtende-me uma contínua memória com uma terna devoção à Paixão de Jesus e à vossa, para que os dias que me restam de vida me não sirvam senão para chorar vossas dores, ó minha Mãe, e as de meu Redentor. Essas vossas dores, espero eu, na hora de minha morte, me hão de dar coragem, força e confiança para não desesperar à vista do muito que ofendi ao meu Senhor. E elas me hão de impetrar o perdão, a perseverança e o paraíso, onde espero depois alegrar-me convosco, e cantar as misericórdias infinitas de meu Deus, por toda a eternidade. Assim o espero, assim seja. Amém”.

 

Visto em: https://misericordia.com.br/as-7-dores-de-maria/

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Segunda-feira, 25 de Novembro de 2024










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