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APARIÇÕES EM FÁTIMA – Contemplações sobre as palavras de Nossa Senhora (3ª Aparição - 13-07-1917)

Os textos abaixo provêm de duas origens:

 

- A parte DIÁLOGO COMPLETO COM A LÚCIA – Texto oficial das Aparições de Fátima, em que se apresenta o Diálogo entre Nossa Senhora e a Irmã Lúcia.

- A parte COMENTÁRIOS DA VIRGEM MARIA – Extraído do livro “AMOR DE MÃE” de Maria Stella Salvador.

 

3.ª APARIÇÃO - 13 de julho de 1917

DIÁLOGO COMPLETO COM A LÚCIA

LÚCIA: Vossemecê que me quer?

NOSSA SENHORA: Quero que venham aqui no dia 13 do mês que vem; que continuem a rezar o terço todos os dias em honra de Nossa Senhora do Rosário, para obter a paz do mundo e o fim da guerra, porque só Ela lhes poderá valer.

LÚCIA: Queria pedir-Lhe para nos dizer quem é; para fazer um milagre com que todos acreditem que vossemecê nos aparece.

NOSSA SENHORA: Continuem a vir aqui todos os meses. Em Outubro direi quem sou, o que quero e farei um milagre que todos hão-de ver para acreditarem.

LÚCIA: Tenho aqui por pedido, se vossemecê melhora um aleijadinho da Moita.

NOSSA SENHORA: Melhorá-lo-ei ou dar-lhe-ei meios de se governar. Que reze sempre o terço com a família.

LÚCIA: Tenho aqui por pedido, se vossemecê melhora uma mulher de Pedrógão.

NOSSA SENHORA: Que reze o terço; dentro de um ano curar-se-á.

LÚCIA: E se melhora um homem de Atouguia ou o leva para o Céu, o mais depressa melhor…

NOSSA SENHORA: Levo, mas não tenham pressa; Eu bem sei quando o hei-de vir buscar.

LÚCIA: E se converte uma mulher de Fátima e seus filhos.

NOSSA SENHORA: Dentro de um ano converter-se-ão. Sacrificai-vos pelos pecadores e dizei muitas vezes e em especial sempre que fizerdes algum sacrifício: Ó Jesus, é por Vosso amor, pela conversão dos pecadores e em reparação pelos pecados cometidos contra o Imaculado Coração de Maria.

(Nossa Senhora mostra agora o inferno aos pastorinhos.)

NOSSA SENHORA: Vistes o inferno, para onde vão as almas dos pobres pecadores. Para as salvar, Deus quer estabelecer no mundo a devoção ao Meu Imaculado Coração. Se fizerem o que Eu vos disser, salvar-se-ão muitas almas e terão paz. A guerra vai acabar. Mas se não deixarem de ofender a Deus, no reinado de Pio XI começará outra pior. Quando virdes uma noite iluminada por uma luz desconhecida, sabei que é o grande sinal que Deus vos dá de que vai punir o mundo de seus crimes, por meio da guerra, da fome e de perseguições à Igreja e ao Santo Padre. Para a impedir, virei pedir a consagração da Rússia ao Meu Imaculado Coração e a Comunhão Reparadora dos primeiros sábados. Se atenderem aos Meus pedidos, a Rússia converter-se-á e terão paz. Se não, espalhará os seus erros pelo mundo, promovendo guerras e perseguições à Igreja. Os bons serão martirizados, o Santo Padre terá muito que sofrer, várias nações serão aniquiladas. Por fim o Meu Imaculado Coração triunfará. O Santo Padre consagrar-Me-á a Rússia, que se converterá, e será concedido ao mundo algum tempo de paz. Em Portugal conservar-]se-á sempre o dogma da fé… (Nossa Senhora revela um segredo.) Isto não o digais a ninguém. Ao Francisco, sim, podeis dizê-lo. Quando rezardes o terço, dizei, depois de cada mistério: Ó meu Jesus, perdoai-nos e livrai-nos do fogo do inferno. Levai as almas todas para o Céu, principalmente aquelas que mais precisarem.

LÚCIA: Vossemecê não me quer mais nada?

NOSSA SENHORA: Não, hoje não te quero mais nada.

Nota: Os pedidos de curas e de conversões não puderam ser extraídos do livro Memórias da Irmã Lúcia, por a vidente aí declarar que fez alguns pedidos, mas não se lembrar já, exatamente, quais foram. Assim, o autor recorreu aos livros: – As Aparições e Mensagem de Fátima nos Manuscritos da Irmã Lúcia de António Augusto Borelli Machado. – Fátima, Mensagens e Implicações do Rev. Pe. Domingos Rebelo.

 

COMENTÁRIOS DA VIRGEM MARIA

 «Quero que venham aqui no dia 13 do mês que vem; que continuem a rezar o terço todos os dias em honra de Nossa Senhora do Rosário, para obter a paz do mundo e o fim da guerra, porque só Ela lhes poderá valer»

Meus amados filhos, escutai o que vos peço hoje. Pedi àquelas três crianças que voltassem ali no dia 13 do mês seguinte. Pedi assiduidade, fidelidade ao encontro Comigo. A vós também peço assiduidade e fidelidade aos nossos encontros, não no dia 13 do mês que vem, mas diariamente, pois é diariamente que deveis vir ter Comigo. Saio ao vosso encontro todos os dias. Vinde de terço nas mãos e lançai-vos aos meus pés. Lançai-vos nos meus braços. Não encontrareis braços mais amorosos, nem os da vossa mãe da terra. Como ela e mais que ela, Eu vos acarinharei, consolar-vos-ei nos vossos desgostos, aconselhar-vos-ei nas vossas dificuldades, nas dúvidas que tendes tantas vezes. Confiai em Mim e vinde, diariamente, encontrar-vos Comigo no lugar que quiserdes, no lugar que puderdes, pois Eu irei lá, para estar convosco, embora não Me vejais, não sintais no vosso corpo o toque da Minha presença e, por vezes, nem na vossa alma vo-lo deixe sentir, para que não vos apegueis a gostos espirituais e não Me procureis para vos consolardes e gozardes da Minha presença.

Rezar para vos sentirdes muito bem, muito consolados e animados, é amar grosseiramente, é amar-vos a vós próprios e não a Mim. Quero purificar-vos de tais imperfeições. Quero que Me procureis só por Mim, para Me honrardes, para Me mostrardes amor, e, assim, Eu vos levarei a um mais puro amor a Jesus, em que O amareis só por Ele, e não pelo que sentis de consolação com o Seu Amor. Meus filhos, não estranheis as vossas distrações durante o terço. Não estranheis sequer que não vos apeteça rezá-lo. Tudo isso Eu vos faço passar, para que vejais que sois fracos, e para que o rezeis apenas porque Me amais, ou porque Me quereis amar. Basta que sintais pena dessa situação e que não vos acomodeis a ela, procurando lutar para vos manterdes atentos, tantas vezes, quantas vezes notardes que vos distraístes. Se assim fizerdes, podeis ter a certeza de que rezastes bem, embora, sensivelmente vos pareça o contrário. Não vos fieis, meus filhos, nos valores da vossa sensibilidade. Fiai-vos, isso sim, naquilo que vos ensino, naquilo que vos peço, porque Eu, como vossa Mãe e como Rainha do Céu e da Terra, sei o que é melhor para vós, sei o que vos pode salvar, sei o que vos peço. Quereis salvar-vos, meus filhos? Então fazei o que vos digo. Tenho razões de sobra para vos pedir o terço, e para ligar a ele a paz do mundo, o fim das guerras e a vossa salvação. Se rezardes o terço, se Me honrardes com ele, alcançareis a paz, porque Eu sou a Rainha da paz. Tenho paz para dar, mas não a posso dar a quem só fomenta guerras. Sim, meus filhos, todos vós fomentais guerras. Fomentais guerras no vosso íntimo, quando discorreis convosco mesmos sobre aquilo que o Senhor vos dá a sofrer, quando comparais a vossa vida com a vida dos vossos irmãos que, à primeira vista, vos parecem mais felizes. Mas reparai que é só à primeira vista. Digo-vos que não queirais estar no lugar daqueles que invejais, porque ou sofrem ocultamente coisas que vós não sabeis, ou porque o estado das suas almas é tão deplorável que inspira certos receios. Fomentais outras guerras no vosso íntimo, com as vossas ambições, os vossos desejos de possuir, de conseguir qualquer coisa; com o vosso trabalho desordenado, que não vos dá repouso ao espírito; com aquelas coisas que remoeis interiormente acerca do que vos fizeram ou disseram, sobre a forma como mostrais a vossa zanga, sobre aquilo que ireis dizer ou fazer. Viveis em guerra contínua no vosso interior e quantas vezes viveis em guerra com os vossos irmãos, com os vossos companheiros de trabalho e com a vossa família, em choque de opiniões e de ideias, em que nunca quereis ser aquele que cede. Aprendei a ceder e a sorrir, mesmo que não gosteis de alguma coisa, se ela não prejudicar a justiça ou a caridade para com o próximo. Aprendei a ser pequenos, a viver como criancinhas que ainda não sabem brincar às guerras, que é coisa que os vossos filhos aprendem cedo, pois vós próprios os ensinais, não lhes ocultando as vossas guerras e questões pessoais, deixando-os ver espetáculos de violência e comprando-lhes brinquedos que a essa violência incitam. E vindes vós falar de paz, como se com palavras feitas de ideias ocas se construísse a paz! A paz, meus filhos, constrói-se vivendo-a, espalhando-a com o vosso exemplo. As únicas palavras que constroem a paz são as da oração virada para o Céu e as da caridade virada para os irmãos. Por isso vos digo: Rezai o terço todos os dias para alcançar a paz, pois, se rezardes o terço diariamente, com amor, Eu ensinar-vos-ei a espalhar a caridade e derramarei bênçãos de paz sobre vós.

A paz foi-Me dada pelo Senhor do Céu e da Terra. A paz repousa nas Minhas mãos. Sou Eu quem luta com aquele que quer espalhar a guerra entre vós, para que vos destruais mutuamente, para que, como ele, vos enchais de ódio e caiais nas suas mãos. Recomendo-vos, meus filhos, não vos deixeis levar pelo ódio, pela raiva, nem pelo ressentimento, porque tudo isso são armas de Satanás, que ele põe nas vossas mãos viradas contra vós próprios. Eu posso valer-vos, porque sou Aquela que luta e que vence.

Pedi-Me, através do terço, que venha vencer esta batalha contra o ódio, que venha derramar a Minha paz sobre o mundo pecador. Posso e quero valer-vos, mas é preciso que vós queirais que vos valha, porque, se não quereis, atais as Minhas mãos e condenais-Me a ver-vos cair, sem remédio, com grande dor da Minha parte. Sois livres. Não posso violentar a vossa liberdade. É preciso que mostreis aquilo que quereis, é preciso que o mostreis pela vossa fidelidade e assiduidade. Meus filhos, rezai. Pedi a paz. É vossa Mãe que vos pede, para que vos possa valer, para que possa derramar sobre a Terra a paz de Jesus.

Vim a Fátima trazer-vos o remédio para a paz. Tomai-o, se o quereis, porque é o único remédio de que podeis dispor para a alcançardes. Acreditai em Mim. Sou vossa Mãe. Nunca vos enganaria. Escutai-Me. Fazei o que vos digo e alcançareis a paz.

«Continuem a vir aqui todos os meses»

Meus filhos, a grande maioria de vós não pode estar todos os meses em Fátima, mas aquelas crianças podiam. Por isso lho pedi. Eu só peço aquilo que vós podeis fazer. Não podeis estar todos os meses em Fátima, mas podeis estar Comigo todos os dias. E estais? Lembrai-vos de Mim, vossa Mãe, viva, olhando por vós, tanto quanto Me deixais, e pesarosa por não Me deixardes fazer mais. Queridos filhos, deixai que vos mostre o Meu Amor de Mãe. Sabeis o que é uma mãe? Uma mãe é uma criatura que vive em cuidados com os seus filhos, em cuidados carinhosos a maior parte das vezes, em cuidados de preocupação tantas outras, em cuidados de aflição, outras ainda. Assim sou Eu a vosso respeito. Vivo em cuidados de carinho, dispondo para vós as coisas da melhor maneira, para alimentar-vos e educar-vos, para tratar de vós e corrigir-vos, mesmo que estes cuidados carinhosos nem sempre sejam muito do vosso agrado. Pedi às três crianças que continuassem a ir ali todos os meses. Peço-vos a vós que continueis a vir aqui todos os dias. Sim, meus filhos, vinde aqui, vinde à oração, vinde para junto de Mim. Peço-vos que não rezeis só por rezar, apressadamente a maior parte das vezes, sem pensar em Mim. Pensai em Mim, invocai-Me, tornai-Me presente pelas vossas chamadas. Toda a mãe vem ao chamado do seu filho, e vem mais depressa se ele chamar com força, se estiver em perigo ou doente. Chamai-Me em vosso auxílio. Chamai, que Eu venho e hei de acudir-vos na dificuldade em que estiverdes.

Quero hoje marcar encontro convosco, não para todos os meses, mas para todos os dias, para amanhã, para o dia seguinte, para o outro, e assim sempre, sempre, até à vossa hora final. Meus queridos filhos, não falteis a este encontro. Não Me façais a indelicadeza de esperar por vós em vão. Guardai no vosso dia alguns minutos para estar Comigo, e vereis que ficareis com mais paz e mais esclarecidos acerca dos vossos problemas. Peço-vos que não passeis esses minutos a rezar um terço a correr. Rezai o terço, nessa hora, se quiserdes, mas com muito amor e com o pensamento em Mim e naquilo que, através dos mistérios, vos quero dizer. Também podeis, nesses minutos, falar Comigo acerca daquilo que sofreis, do que vos aflige, pedindo-Me conselho para as vossas dúvidas. Se procurardes estar realmente Comigo nesses minutos, esclarecer-vos-ei, apontar-vos-ei o caminho a seguir, e dar-vos-ei luz para iluminardes a vossa vida, conceder-vos-ei graças na medida da confiança que mostrardes ter em Mim. Sabeis quanto poder o Senhor pôs nas Minhas mãos? Não, meus filhos, não sabeis, porque, se soubésseis não Me largaríeis com os vossos pedidos, com as vossas súplicas de conselho, quando não soubésseis como resolver certos assuntos da vossa vida. Sabeis quanto amor vos tenho, como é maternal o Meu Coração? Também não sabeis, porque se o soubésseis não Me largaríeis com as vossas palavras de carinho, com os vossos beijos de filhos, com o vosso desejo de Me agradar. É tudo isso que vos quero ensinar, no vosso encontro diário Comigo.

Meus filhos, quero dizer-vos ainda que, naqueles dias em que vos encontrardes mal dispostos, não falteis ao encontro. A vossa Mãe espera-vos e aceita-vos com toda a vossa indisposição. Terei mesmo muito desejo de resolver o assunto que vos dá disposição tão má e tal aborrecimento. Vinde, mesmo que não saibais o que Me dizer. Ficai junto de Mim sem dizer nada. Olhai uma estampa com o Meu rosto. Eu vos garanto que saíreis do nosso encontro com a alma pacificada pela Minha presença.

Queridos filhos, este é o meu pedido para hoje: Encontrai-vos Comigo todos os dias. Vinde todos os dias junto de vossa Mãe. Vinde para junto de Mim. Continuai a vir aqui todos os dias.

«Em Outubro direi quem sou [...] e farei um milagre que todos hão de ver para acreditarem»

Às vezes, meus filhos, demorais muito a entender a Vontade de Deus a vosso respeito. Quero hoje dizer-vos que não é preciso que a entendais, desde que a aceiteis, porque a Vontade de Deus é sábia e escolhe sempre o melhor para vós, mesmo que tal não vos pareça, nos vossos limitados conhecimentos, sempre comandados pelos vossos gostos e prazeres. A Vontade de Deus é aquilo que Ele quer de vós, manifesta-se na vossa vida diária, principalmente através do vosso dever, das obrigações que tendes para com os vossos familiares, os vossos superiores, os vossos inferiores, aqueles que convosco convivem e trabalham. Mas vós estais tão cegos que, muitas vezes, não a quereis ver e reclamais dela, indispondo-vos contra determinado trabalho, contra deveres familiares, contra acontecimentos que surgem independentemente da vossa vontade e contrariam os vossos gostos, a vossa tranquilidade onde gostaríeis de viver embalados, e da qual o Senhor vos sacode para que acordeis e façais mais trabalho produtivo para o Seu Reino.

Despertai em vós o espírito de fé, meus filhos, vendo a Vontade do Senhor no vosso dever e nessas coisas que surgem. Aprendei a encarar o vosso dia com olhos de fé e vivereis mais felizes, com mais paz. Acreditai que sereis mais verdadeiramente homens e mulheres, quando vos ligardes livremente à Vontade de Deus, pois só nessa altura sereis realmente livres, partilhando da liberdade dos filhos de Deus, da liberdade que é dele, e que Ele dá aos que se Lhe entregam. Não desejeis milagres para acreditar. Prescindi disso e a vossa recompensa será maior. Preferi sempre caminhar na fé pura, na fé que nada vê de sensível, mas que acredita, que acredita firmemente na Palavra do Senhor, naquilo que nas Sagradas Escrituras Ele revela, Ele promete, Ele pede. Isto sem pedir explicações senão as necessárias para melhor executar aquilo que Ele vos pede, que vos dá a fazer, tal como Eu fiz, quando o Anjo Me anunciou que Eu seria a Mãe do Filho de Deus, e Eu apenas quis saber a forma como isso se faria, isto é, o que Eu própria teria de fazer para tal. Afinal era bem simples. Nada mais havia a fazer senão aceitar. Para a maioria das vossas coisas acontece exatamente o mesmo: deveis aceitar aquilo que o Senhor quer fazer. Habituai-vos, antes de cada trabalho, de cada ação, a perguntar: “Que quereis de mim, Senhor? Como quereis que faça isto? Como se fará isto?” Umas vezes recebereis luzes para melhor executar a vossa tarefa. Frequentemente sentireis que a deveis fazer com mais cuidado, com mais diligência, com mais caridade, com mais mortificação. Outras vezes sentireis, como Eu, que deveis apenas deixar o Senhor fazer, e não interferir nem fugir à Sua ação.

Meus filhos, Eu deixei o milagre para o último mês das Minhas visitas a Fátima. O milagre foi a coroa das Minhas manifestações visíveis. Com ele terminei e seria de esperar que, a partir daí, todos acreditassem. Tal não aconteceu. A partir daí, muitos se empenharam em destruir a ideia de milagre. As pessoas que o presenciaram passaram pelo mundo, passaram do mundo. Que vos resta deste milagre? Em que é que ele exerce alguma influência para aumentar a vossa fé? Ponde estas perguntas a vós próprios, e vede que na realidade o milagre passa e a descrença humana fica. Por isso vos digo: Acreditai sem desejar milagres. Os milagres, muitas vezes, servem para estimular a curiosidade, mas não vos servirão para nada, se não modificardes as vossas vidas.

Reparai que, quem não quer crer, arranja sempre uma resposta mais ou menos científica, para o milagre e, quando não arranja resposta, desculpa-se com a palavra sugestão. Por isso, meus filhos, os milagres são cada vez mais raros, e o Senhor evita-os, não vão eles fazer-vos mais mal que bem. Deixai a ideia do milagre e vivei o dia a dia em simplicidade, como Eu vivi, e, também como Eu, amai a Vontade de Deus, obedecei-Lhe, e estareis no caminho certo, no caminho de Amor, no caminho do Céu.

«Melhorá-lo-ei ou dar-lhe-ei meios de se governar»

Meus filhos, vós não avaliais bem como sou vossa amiga, as riquezas de Amor que o Meu Imaculado Coração tem para vós, porque, se o soubésseis avaliar, teríeis muito mais confiança em Mim, descansaríeis em Mim as vossas preocupações, e os desgostos não vos afetariam tanto, nem chegariam, muitos deles, a afetar-vos, porque a vossa confiança em Mim Me faria afastá-los de vós. Ponde confiança em Mim, como fez esta criança aleijada que Eu tomei ao Meu cuidado, a quem melhorei o suficiente para poder trabalhar no Meu serviço, a quem não deixei faltar meios de se manter. Reparai, meus filhos, que Eu não o curei completamente, porque aquela era a cruz em que o Senhor queria que se santificasse, mas tomei-o ao Meu serviço. Ele nunca reclamou por mais do que aquilo que Eu lhe dava, e nunca deixei que lhe faltasse nada do que precisava. É assim que Eu trato os que confiam em Mim. Sou uma Mãe muito rica, mas espero a vossa confiança. A vossa confiança é a medida que encherei para vos dar. Se a tendes pequenina, recebereis pouco, se a tendes grande, recebereis muito. Se tendes confiança de filhos, recebereis continuamente e nada vos faltará.

Meus filhos, tomai bem atenção ao que vos digo e não deturpeis as Minhas palavras. Quando vos digo que nada vos faltará, falo dentro das medidas da sobriedade, da modéstia, da temperança, que são as Minhas medidas. Não Me refiro às vossas ambições tresloucadas de luxo, de prazeres, de honras, de poder, de dinheiro. Não vos faltará nada se aceitais viver à Minha maneira saudável, equilibrada e simples. Se pensais em luxos, em grandezas, em coisas desnecessárias, não conteis que vo-las dê, porque essas coisas iriam desviar de Mim os vossos corações, que entrariam em moleza e se afastariam em desejos de outras coisas, ainda mais absorventes para vós. Se quiserdes ter tudo Comigo, tereis de deixar que vos trate como filhos pequenos; tereis de abandonar a vossa sabedoria de adultos e deixar que vos ensine; tereis de reconhecer que tendes muito a aprender Comigo e a reformar nas vossas vidas.

Meus filhos, não façais a figura triste de pessoa que não quer ser corrigida, porque todos vós errais em certas coisas. Nenhum de vós sabe tudo, e, a maioria de vós aventura-se a fazer muitas coisas que não sabe, ofendendo-se quando alguém mais sabedor o tenta corrigir. Se quereis ser meus filhos, tereis de passar por humilhações e aceitá-las, deixar que Eu vos ensine pela boca dos vossos superiores e até de irmãos que vos parecem da mesma categoria ou até inferiores. Meus filhos, não queirais medir categorias de pessoas, nem fazer juízos sobre elas. Aproveitai tudo o que, através seja de quem for, chegar até vós para o vosso aperfeiçoamento. Se tendes dúvida no conselho, procurai uma melhor opinião, mas nunca, nunca reclameis. Lembrai-vos de que sois os meus filhos pequenos, doentes, aleijados, que Eu trato de curar, de empregar em serviço Meu, e aos quais darei tudo o que uma mãe dá ao filho querido que se lhe confia, que vive perto dela, que se reconhece pobre e doente.

Peço-vos hoje confiança em Mim e humildade para aceitardes todos os serviços que Eu vos mandar, mesmo aqueles serviços que não são vistosos Meus filhos, escutai o Meu segredo: os serviços, quanto menos vistosos, quanto mais ocultos, mais perto, mais escondidos estarão no Meu Coração. Tudo é bom para vós se estais Comigo, se aceitais as minhas normas, se aceitais ser Meus, ser pequenos filhos e ser tratados como tais. Vivereis em paz, vivereis Comigo, como este rapaz, que depois se tornou homem, mas ficou sempre Comigo. Viver Comigo vale mais que todas as riquezas, porque viver Comigo vos prepara para o Céu, que é a maior riqueza, a única riqueza pela qual vale a pena lutar.

Quereis viver Comigo, meus filhos? Começai hoje, começai agora a dar-Me a vossa confiança, a vossa obediência, a proceder como filhos, e nada vos faltará.

«Que reze sempre o terço com a família»

Nunca Me cansarei, queridos filhos, de vos recomendar que rezeis o terço com as vossas famílias. O terço em família é a melhor garantia da Minha presença entre vós, de Me chamardes, de Me levardes a ajudar-vos, a unir-vos. Aquele que se afasta do terço em família, afasta-se da família e afasta-se de Mim. Tendes razão para recear pelo membro que se afasta do terço em família, e de, insistentemente, pedir por ele. Pelo terço em família podeis pedir tudo, conseguir tudo. As minhas mãos estão carregadas de graças para a família que reza junta. Já são tão poucas as famílias que rezam juntas! Por isso são bem poucas as famílias unidas. Por isso, cada um procura a satisfação do seu egoísmo. Todos se recusam a ceder, porque o orgulho desmedido dita leis entre vós. Atualmente, as famílias preferem desunir-se a sacrificar-se, cedendo naquilo que agrada ao outro. Cada um procura a satisfação da sua vontade, do seu gosto, do seu prazer, do seu capricho, e todos acham que ceder é descer. Há entre vós um desejo de afirmação pessoal que toca as raias do ridículo, porque, por qualquer ninharia emproais o vosso rosto, vos zangais e dizeis “não”. Não vedes, meus filhos, que mais vale dizer sim, e apostar com esse sim na vossa felicidade, do que com o “não” semear a discórdia, a desunião entre vós? Não vedes que estais a ser maus para vós próprios, porque vos condenais à infelicidade, aos ressentimentos, às más palavras, a imensos incômodos, a muitos nervos? E a vossa pobre família? Como será possível não lhe terdes amor e sujeitá-la a tantas angústias, a tantas discussões, a tanto mau viver, quando uma cedência ou um silêncio fariam reinar a harmonia entre vós?

Meus filhos, viveis muito mal, porque viveis mergulhados em vós próprios, sem atenção àqueles que vivem convosco. Muitas vezes sois simpáticos fora de casa, e fazeis sofrer imensamente os vossos familiares com as vossas ideias, a vossa vaidade, o vosso orgulho indomável, que prefere sofrer e fazer sofrer a dobrar-se. Viveis muito mal, porque partis de princípios errados. Partis de vida mundana. Andais manejados pela moda das ideias e por outras modas, conforme elas vão aparecendo. É a essas modas que vos curvais como servos, incapazes de olhar de frente e dizer “não”! Aprendei a dizer “não”! Não àqueles que dizeis amar e fazeis sofrer tanto com o vosso mau feitio, as vossas opiniões cheias de si próprias e do vosso orgulho. Aprendei a dizer “não” à moda das ideias, à moda que vos leva ao individualismo, ao egoísmo, a só pensar em vós, mesmo em coisas de nenhuma ou pouca importância, coisas de que podíeis, facilmente, desistir, e de que desistiríeis se, realmente, em vós, vivesse o amor. As vossas almas são duras! Vós não amais, meus filhos, fingis que amais. Não amais os vossos maridos, as vossas esposas, os vossos filhos, os vossos pais, porque estais prontos a deixá-los à menor coisa, quando eles contrariam as vossas vaidades, as vossas opiniões, os vossos prazeres, aquilo a que, orgulhosamente, chamais a vossa afirmação pessoal, que não é outra coisa senão egoísmo, orgulho tão mesquinho, como ridículas são, por vezes, as vossas questões.

O mundo põe-vos diante dos olhos luxos, coisas que desejaríeis possuir. Quantas vezes, por essas coisas, começais a desprezar aqueles que mais devíeis amar. O vosso prazer pessoal põe-vos diante dos olhos pessoas que vos levam a afastamentos, a quebras de amor familiar, tantas vezes a traições e a quebras de vínculos. Isso não é amor, meus filhos, é apenas egoísmo, concupiscência, tentação a que cedeis, como escravos cegos.

Aprendei Comigo, meus filhos. Tudo isso será curado, se rezardes o terço em família. Eu vos prometo ajudar-vos a vencer as vossas más tendências, se fizerdes o que vos digo, e prometo estabelecer o amor entre as pessoas de família que conseguirdes juntar. Todos juntos, rezai por aqueles que não conseguis agregar a vós. Procurai tratar com amor essas pessoas e acabareis por conquistá-las e viver em paz com elas.

Rezai, meus filhos! Rezai! Reconhecei os vossos erros e rezai. É a única forma de conseguirdes ser felizes no meio do mundo egoísta em que viveis. Aprendei de Mim o segredo da felicidade para a vossa família. Ele é só este: a oração em família.

«Que reze o terço; dentro de um ano curar-se-á»

Meus filhos, reparais como insisto tanto na reza do terço? Esta e outras curas faço-as depender do terço. Vós podeis perguntar o porquê da cura só dentro de um ano e não imediatamente. A razão é que a cura imediata iria apenas dar uma alegria à pessoa em questão, que depressa esqueceria a graça e continuaria com a mesma vida de pouca oração que tinha até aí. O terço durante um ano gera uma habituação que dará fruto com a continuidade. Além disso, esse ano de espera seria um ano de fé e de esperança que modificaria muito esta alma na sua vida futura e a levaria a não ter a sua cura como coisa de pouca monta, que facilmente se esquece.

Meus filhos, aprendei que, se quereis curar-vos das vossas enfermidades do corpo ou da alma, tendes de o pedir com paciência e perseverança, como vos ensinam nos evangelhos os casos de imensas curas. Aprendei que a cura se consegue através da oração, da oração repetida incansavelmente. Que se canse mais depressa o Senhor de vos ouvir e vos mande a cura, do que vós de a implorar. O pedido da cura através do terço é a forma mais fácil de a conseguir, porque o terço é uma oração formada por orações bíblicas, orações inspiradas, orações no Espírito. Vós sabeis, nenhum de vós o põe em dúvida, que só o Espírito Santo sabe rezar bem, porque só o Espírito Santo penetra o pensamento de Deus, o sentir de Deus e desencadeia o Seu poder. As vossas orações, por muito belas que sejam, se forem apenas feitas por vós, pela vossa inteligência, são muito fracas e não encerram poder. Quando o Espírito Santo reza em vós, a vossa oração torna-se poderosa, porque é a oração de Deus. E vós, meus filhos, sabeis chamá-l’O, para que ele reze em vós? A grande maioria não sabe, e, mesmo quem pensa saber, como é que tem a certeza de não se enganar, de não estar a fazer a sua própria construção de oração, de estar a pedir o que deve ser pedido?

Meus filhos, quando usais orações bíblicas, orações inspiradas, podeis ter a certeza de falar a linguagem de Deus, de pedir o que deveis. É por isso que vos aconselho o terço. Não penseis que Deus se cansa dessa oração repetida. Pensai que o Pai repete uma palavra, o Seu Verbo, desde a eternidade, e essa Palavra deu vida a toda a vida. Ao rezardes o terço, repetis aquilo que o Céu vos ensinou a rezar. Usai incansavelmente de tal linguagem, mesmo que algumas vezes tenhais distrações. Se não forem de propósito, não têm importância, porque o Espírito Santo reza-as convosco e em vós, dando todo o valor à vossa oração.

Tendes um meio tão fácil de mover o poder do Senhor! Usai-o! Mas prestai atenção! Não venhais com exigências de curas rápidas e sujeitai sempre tudo à Vontade de Deus. A cura será no devido tempo, quando o terço vos tiver educado e habituado a rezar de verdade. Pedi, em primeiro lugar, a vossa cura espiritual, porque todos vós precisais muito dela. Precisais ver, ouvir e mover-vos naquilo que o Senhor quer de vós. Precisais aprender a perdoar e a amar. Isso só o aprendereis em contato com Ele na oração. Por isso, precisais rezar muito, rezar, rezar. Tais lições são demoradas de aprender, dada a vossa natural fraqueza e tendência para o mal.

Meus filhos, rezai o terço com continuidade, e vereis as maravilhas, os prodígios que o Senhor fará em vós, seja no que Lhe pedis, seja noutros aspectos da vossa vida. Volto a recomendar-vos que rezeis o terço com amor, uma vez que é uma oração tão importante. Rezai-o com respeito, e o Espírito Santo rezará convosco.

«Levo, mas não tenham pressa; Eu bem sei quando o hei-de vir buscar»

Meus filhos, ouço as vossas preces. Umas vezes atendo-as, outras não, conforme a fé com que pedis, e de acordo com o que pedis seja ou não da Vontade de Deus. Muitas vezes pedis, mas na realidade não sabeis o que pedis, porque pedis sem refletir, apenas impulsionados pelos vossos desejos pessoais. Alguns de vós pedem saúde, êxito em trabalhos que têm para fazer, dinheiro para certas coisas, pedis para vos livrar de determinados problemas, de algum sofrimento. Outros, como este homem, pedem para morrer. Não sabeis quantos filhos mais Me fazem este pedido! QUE SABEIS VÓS, MEUS FILHOS, DA VIDA E DA MORTE? A vida e a morte continuam a ser para vós mistério no qual o Senhor só deixa penetrar quem Ele quer. Se nos outros pedidos vos enganais frequentemente, e mais tarde vindes a constatar que afinal pedistes aquilo que não era bom para vós, muito mais vos enganais em assunto tão delicado como é a vida e a morte. Que sabeis da vida? Sabeis muito pouco, diria mesmo que não sabeis nada, porque, se soubésseis, não a destruiríeis como desgraçadamente fazem tantos de vós!

Meus filhos, onde estaríeis se a vossa vida tivesse sido destruída? Não digais que tal não vos importa, por causa dos sofrimentos que experimentais, porque, se fôsseis postos na iminência da morte, recuperaríeis logo a vontade de viver. Apesar de tudo quanto sentis e dizeis, viver é aquilo a que estais acostumados e assusta-vos a ideia da experiência da morte. Eu sei, meus filhos, que por vezes o sofrimento vos faz perder o raciocínio e a firmeza de vontade. Por isso, deveis preparar-vos nas épocas em que não sofreis, ou em que sofreis menos, para encarar esses sofrimentos extremos, por uma vida de entrega à Vontade de Deus e de união com Jesus. Se durante o bom tempo o agricultor passar as horas a divertir-se e não colher nada, que fará ele durante o mau tempo? Assim vós, também, no tempo bom, quando não estais doentes, ou quando as vossas dores não vos afligem muito, quando os problemas não são grandes, armazenai grandes doses de oração, de piedade, de união com Deus e Comigo, porque elas hão de fazer-vos falta para vos segurar bem durante as tempestades, como fazem os marinheiros que se amarram para não serem arrastados pelo temporal.

E porque pedis, por vezes, a morte para findar os vossos sofrimentos ou os dos vossos familiares? Se a vida vos continua no meio das dores, é porque elas vos fazem falta para a vossa purificação. Asseguro-vos de que no Purgatório desejaríeis que a vossa vida de sofrimento se tivesse prolongado mais porque, por muito duro que esse sofrimento seja, é sempre muito menor do que o que ali se sente, principalmente por vos verdes privados de Deus.

Quando dizeis que alguém finalmente descansou, porque morreu, também não sabeis do que estais a falar, porque a grande maioria não está a descansar, mas a sofrer ainda mais. E não porque Deus os queira a sofrer, mas porque eles próprios se afastam e se lançam na purificação dolorosa, pois não podem suportar a presença puríssima e gloriosa do Senhor diante das misérias e impurezas que trazem da Terra.

Não peçais a morte, nem para vós, nem para os vossos. Preparai-vos e preparai-os, isso sim, para chegarem ao fim o mais puros possível. Isso só se consegue através da aceitação da Vontade de Deus em amor, e compunção humilde pelas vossas faltas. Sim, meus filhos, Eu sei quando vos hei de vir buscar. Desejai que Eu vos venha buscar, mas só no tempo devido, no fim daquele tempo que vos foi dado. Desejai aproveitar bem o tempo. Aproveitai-o verdadeiramente, fazei-o render com atos de amor, com entrega, abandono total à Vontade do Senhor, a fim de que ao lado de cá possais chegar com a pureza necessária para mergulhardes para sempre nos Seus braços.

«Sacrificai-vos pelos pecadores e dizei muitas vezes e em especial sempre que fizerdes algum sacrifício: Ó Jesus, é por Vosso Amor, pela conversão dos pecadores e em reparação pelos pecados cometidos contra o Imaculado Coração de Maria»

Sacrifício, pedi sacrifício pelos pecadores! Tendes de vos sacrificar uns pelos outros, porque todos vós sois pecadores, todos precisais de esforço, de reparação. Como Jesus, que Se sacrificou por todos vós, não sofreu por Si, mas por vós, é preciso que vos sacrifiqueis pelos vossos irmãos, e o Senhor suscitará alguém que se sacrifique por vós. Sacrificardes-vos por vós próprios será um sacrifício bastante eivado de amor próprio, de interesse pessoal, de ideia de lucro, que tira ao sacrifício muito da sua pureza e, portanto, do seu valor. É melhor, mais valioso, porque mais mergulhado na caridade que apaga todo o pecado, o sacrifício feito pelos irmãos, em reparação, em intercessão, feito por amor de Jesus, que Se sacrificou por todos, no desejo de que todos se salvassem, e, cuja maior dor foi saber que, para muitos, tal sacrifício seria em vão e que os Seus filhos, os Seus queridos filhinhos, O rejeitariam e d’Ele se afastariam para sempre, apesar de tudo o que por eles fizera e sofrera.

Jesus executou a obra da Salvação, mas não vos tirou a liberdade de opção. Cabe a vós aceitar a salvação que Jesus vos trouxe ou rejeitá-la. Muitos a rejeitam, mas essa rejeição pode ser dissolvida, como cristais de sal na água da vossa oração e do vosso sacrifício. Quanto maior for o cristal de sal, mais difícil é de dissolver e mais água requer. Quanto mais quente tiverdes a vossa água, mais fácil será essa tarefa. Não há conversões impossíveis, meus filhos. Há, simplesmente, pouca oração, porque vós cansais-vos de rezar, e ainda vos cansais mais depressa de fazer sacrifícios. Ao fim de algum tempo, pensais que não vale a pena cansar-vos com tal pessoa, que vos parece dura de comover, dura de entender. Achais que já não muda de vida, e largais da mão esse meu filho, que assim ficará mais empedernido, mais vulnerável, porque não tem quem reze por ele, quem por ele se sacrifique. E assim se têm perdido muitos irmãos vossos, enquanto vos afundais na moleza do vosso descanso, na dissipação das vossas distrações. Enquanto descansais, enquanto vos divertis, enquanto procurais os vossos prazeres, os vossos gostos, por vezes tão mesquinhos quanto dispensáveis, pensais que se está a jogar e a resolver o destino eterno de muitos irmãos vossos? Enquanto perdeis tempo, muitos filhos meus estão a perder a felicidade eterna.

Dos Meus olhos correm lágrimas de Mãe que vê os filhos caírem no abismo, sem lhes poder valer, porque eles não querem. Apelo para vós. Lançai sobre os vossos irmãos ondas e ondas de oração, ondas e ondas de sacrifício. Lembrai-vos desse trabalho importante. Não percais tempo! O Coração de Jesus e o Meu Coração esperam a vossa oração reparadora para as brechas que as infidelidades e os pecados fazem no edifício da salvação; esperam o vosso sacrifício, principalmente o sacrifício da aceitação do vosso dever, da Vontade de Deus a vosso respeito para, com esse cimento, ajudar a erguer os vacilantes e os que caem, para, com essa lança de dor, furar a couraça dura dos renitentes. O Coração de Jesus e o Meu Coração esperam que os filhos nos mostrem o seu amor, o amor que dizem ter, mas que não provam por atos. Provai com atos o vosso amor, e com ele consolareis os nossos Corações entristecidos com as mágoas que nos dão aqueles que não querem crer, que não querem aceitar a Salvação, aqueles cuja boca só se abre para dizer coisas desagradáveis a nosso respeito.

Dizei-nos vós coisas belas. Enchei com as vossas palavras de amor os nossos ouvidos, procurando ultrapassar com elas o ruído, o clamor das blasfêmias. É essa a função de todos vós. É vocação para todos. É aquilo que hoje vos peço, e que peço não só para fazerdes hoje, mas para fazerdes mais e mais todos os dias da vossa vida, procurando ultrapassar o amor que demonstrastes no dia anterior, ultrapassar as provas que já destes desse amor. Dai-nos amor. Recebereis em troca o Meu Amor de Mãe e o Amor infinito de Jesus.

«Vistes o inferno, para onde vão as almas dos pobres pecadores»

Pobres pecadores, pobres filhos! Desejaria não ter de falar sobre este assunto. É de todos os assuntos que se referem aos meus filhos aquele de que mais Me custa falar, porque ele trata de um mal tão grande, como nunca houve outro semelhante, nem poderá haver no futuro. Todos os males que receais, todos os males que vos aconteceram e todo o sofrimento que experimentastes, aquele que temeis e a que tentais fugir, não é nem uma pálida sombra do sofrimento horrível, do pavor que experimentam as pobres almas que escolhem o inferno. Sim, meus filhos, o inferno sois vós que o escolheis. Nunca o nosso Deus para lá vos mandaria se vós não quisésseis, se tivésseis o menor vislumbre de arrependimento antes de morrerdes. Mas vós sabeis, sabeis muito bem que a morte surge, muitas vezes, quando não pensais e que os minutos, as horas que precedem a morte são, a maior parte das vezes, de inconsciência, tornando-se muito difícil a consciência de conversão e arrependimento, se a tal não estiverdes, anteriormente, inclinados.

Deveis, meus filhos, rezar muito pelos moribundos, pois esses momentos finais não são fáceis, e a pobre alma tem muita dificuldade em reunir energias para tomar resoluções, decisões diferentes daquelas pelas quais tinha optado durante a vida. Os vossos irmãos precisam, nesses momentos, de todo o apoio que lhes puderdes dar mesmo sem os conhecerdes, sem estardes junto deles. As vossas orações chegam lá, vão sustentar, amparar as almas em maiores dificuldades, conquistar-lhes alguma lucidez, alguma luz, alguma força, para resistir aos ataques finais do inimigo que as procura cegar, desorientar, adormentar. Nessa inconsciência, quantos caem como folhas secas no abismo negro em que ele, que foi anjo da luz, agora habita.

Meus filhos, que nenhum de vós se sinta salvo por causa do vosso bom gênio, das virtudes que pensais ter, das graças que recebestes do Senhor, até dos dons que tenhais, ou que pensais que tendes. Se este anjo tão inteligente, tão iluminado, caiu, vós também podeis cair, como têm caído muitos, mais sábios e mais iluminados que vós. Confiai no Senhor que vos quer salvar, e humilhai-vos, pedindo-Lhe a graça da Sua Salvação. Humilhai-vos, meus filhos, não tenhais receio de vos humilhar. Humilhai-vos perante o Senhor, servindo-O, aceitando como serviço d’Ele todo o pequeno dever que, por vezes, vos aborrece. Humilhai-vos perante os vossos irmãos considerando-os sempre melhores que vós, porque não vedes o segredo das suas almas. Humilhai-vos, ajudando-os em tudo o que vos for possível, considerando-vos servos do Senhor e servos dos vossos irmãos que são Seus filhos. Humilhai-vos perante vós próprios, no reconhecimento das vossas culpas, sem procurar desculpas para elas, pois a única desculpa que tendes é a de serdes fracos e miseráveis. Humilhai-vos, meus filhos, porque não vão almas humildes para o inferno. A humildade não entra lá, porque o inferno não é morada para os humildes, mas para aqueles que não querem servir, que não se humilham. Humilhai-vos, meus filhos, é a vossa Mãe que vos pede, porque, com a humildade estareis acumulando valores de salvação, que vos disporão bem a alma para a vossa hora final, seja ela como for. Não receeis humilhar-vos, mesmo que vos doa. É uma dor preciosa, uma dor que faz bem, uma dor de salvação. Não vos mostro o inferno, a vós, filhos queridos. É preciso graças muito especiais para o ver e não morrer de susto. Vós não precisais ver esse espetáculo horrível que Eu mostrei àquelas crianças, por causa da sua missão. Vós precisais apenas tomar atenção às Minhas palavras, de seguir os Meus conselhos porque, se os seguirdes como deveis, não caireis lá.

Filhos muito amados, o Meu Coração confrange-se de dor perante o espetáculo dos filhos que se perdem, e dos outros que vejo em vida para lá se encaminharem. Não queirais ser desse número. Mudai de vida. Fugi a esses pecados que vos escravizam. Fugi a essa descrença que vos faz sorrir, com ceticismo às Minhas manifestações. Fugi à desobediência ao vosso dever. Fugi às invejas e aos desentendimentos com o próximo. Fugi às seduções do mundo, aos desejos do luxo, do prazer. Fugi às seduções das modas licenciosas. Fugi a tudo que contrarie a Lei de Deus. Humilhai-vos nas misérias que vedes em vós e, do fundo dessa miséria, confiai, porque o Senhor salva os humildes.

Meus filhos, escutai o Meu segredo: quanto mais vos humilhardes no vosso nada, no vosso dever, perante o Senhor, mais facilmente vos salvareis. Fazei o que vos ensino, porque vos espera uma eternidade, porque o tempo de agora passa depressa, e o outro não passa mais, porque é eterno. Nesta eternidade esperam-vos os Meus braços amorosos de Mãe ansiosa de vos consolar dos vossos sofrimentos atuais. Trabalhai agora, que é bem pouco, para depois ficardes Comigo. Espero-vos.

«Para as salvar, Deus quer estabelecer no mundo a devoção ao Meu Imaculado Coração»

Meus filhos, a devoção ao Meu Coração é uma devoção salvadora. Vede se compreendeis que não se trata de uma pequena devoção, mais ou menos terna, mais ou menos piegas, própria para quem não sabe mais. A devoção ao Meu Imaculado Coração é uma grande devoção, é a devoção para estes tempos, devoção que Eu vim anunciar no princípio do século, pedi vários anos depois e ainda não é bem compreendida, nem bem praticada. E, no entanto, se a praticásseis como devíeis, não cairíeis tão facilmente no pecado, não correria a vossa alma tantos perigos, porque estaríeis mais perto de Mim e escutaríeis, com vontade mais atenta e mais dócil, os Meus conselhos. A devoção ao Meu Coração é uma dedicação total a Mim, para, através de Mim encontrardes Jesus e, por Ele, irdes ao Pai, vosso fim último, vossa única razão de existir. A devoção ao Meu Coração é uma entrega total àquilo que vos peço, que vos digo, que vos ensino. Peço-vos a confissão mensal. Pensais que é muito, meus filhos? Quantas vezes tomais banho durante o mês? Escutai a vossa Mãe que é sábia, primeiro por ser Imaculada, depois por estar mais perto de Deus que os anjos e, por isso, ver na Sua luz as vossas manchas, os perigos que correis, tudo o que fazeis. Digo-vos, Eu que sei, que a vossa alma se suja muito mais facilmente que o vosso corpo, que ela precisa igualmente de higiene e que, normalmente, todos vós cheirais muito mal das sujidades que deixais permanecer nas vossas almas. Queridos filhos, vós estais tão acostumados a fazer essas coisas, a dizer essas palavras fortes, a preguiçar no vosso trabalho, a ver espetáculos que ofendem a moral, a dizer mentiras, a arreliar-vos com os vossos irmãos, a remoer nas ofensas, a ambicionar vaidades, cargos, posições, tantas, tantas coisas que fazeis, para já não falar das vezes que faltais aos Mandamentos da Lei de Deus em matéria grave, em impurezas, escândalos, invejas, rapinas. Meus filhos, por que fazeis vós tantas pequenas rapinas no vosso trabalho? Podem não ser coisas grandes, não ser grave, mas suja-vos e mostra a indelicadeza, o embotamento da vossa consciência. E vós, que vos dizeis católicos e faltais à Missa ao domingo, onde está o vosso amor a Deus? Todas estas coisas e muitas outras que fazeis todos os dias vos sujam e exalam cheiro desagradável. Concordai que limpá-las uma vez por mês é um mínimo que vos peço, para não vos acontecer adoecerdes gravemente em contato com tanta sujidade que vos transforma em seres semelhantes àqueles que, por vezes, encontrais na rua, tão sujos que deles vos afastais. Eles acostumaram-se à sujidade que trazem em cima de si. Já não reparam, desleixaram-se da sua aparência e a sua esperança de vida é fraca. O mesmo acontece às vossas almas, se não tratais de as purificar minimamente. É por isso que vos peço a confissão mensal, para honrardes o Meu Coração Imaculado. Vede lá se teríeis coragem de ir, cobertos de imundícies, abraçar a vossa mãe da terra que vos sorri lavada e perfumada. Para contatardes Comigo também deveis estar limpos e o vosso cuidado deveria ser limpar-vos mais vezes ainda, para Me agradardes.

Àquele, entre vós, que Me quiser agradar, que Me quiser dar abraços de filho, aconselho uma confissão mais frequente que a mensal, mas, se praticardes a mensal, já cumpris aquilo que o Meu Coração vos pede, e neste caminho, com o tempo, ireis entendendo mais e tornar-vos-eis mais exigentes convosco. Peço-vos a comunhão e a confissão reparadoras, porque as fazeis por Me amardes, porque Eu vo-lo peço, porque o Meu Coração está amargurado e ofendido com tantos filhos que se afastam do caminho, que ofendem o Senhor gravemente e não se arrependem, e que, em vez de ouvirem os Meus conselhos, falam mal de Mim, espalham erros a Meu respeito, qual deles o mais grave. Que pensaríeis de filhos que difamassem a própria mãe? Se da vossa própria mãe se tratasse, procuraríeis que ela nem o soubesse e trataríeis de, vós próprios, lhe dar mais provas de carinho para a consolar do mau comportamento desses pobres irmãos. É isso que vos peço, meus filhos, pois com o vosso amor, tapais as faltas deles e pondes em movimento o mecanismo do Amor que os converterá.

Peço-vos quinze minutos de companhia, meditando os mistérios do rosário. Algum de vós pode achar muito fazer, por mês, quinze minutos de companhia a sua Mãe? Se pensardes nisso, vereis e sentireis necessidade de aumentar esse tempo e fazer essas visitas muito mais vezes. Peço-vos o terço. Já vo-lo pedi tantas vezes e muitos de vós ainda não o dão, ou dão-no de má vontade. Já vos expliquei a necessidade que tendes do terço e o seu valor. Ponde-o em prática, meus filhos, como Eu vos ensinei, e sereis vós próprios os primeiros beneficiados. É pouco o que vos peço, reconhecei-o, mas com este pouco espero ir tocando os vossos corações e ir conseguindo que vos chegueis mais a Mim. Chegados a Mim, ajudar-Me-eis na salvação dos vossos irmãos em perigo de perdição. É por isso que a devoção ao Meu Coração Imaculado é devoção que vos entrega a Mim e salva almas.

Compreendeis agora porque é que Deus quer estabelecer a devoção ao Meu Imaculado Coração? Compreendeis como, através dela, podereis ajudar na obra da Salvação? Então ponde-a em prática e a vossa própria salvação ficará assegurada.

«Se fizerem o que Eu vos disser, salvar-se-ão muitas almas e terão paz»

Algum de vós poderá duvidar, meus filhos, de que se fizerdes aquilo que Eu vos disser as almas se salvarão? Aquilo que vos digo é ciência de salvação e, se o puserdes em prática, salvar-vos-eis certamente. Sou a Mãe que sabe todos os segredos da Salvação, todos os segredos da santidade. A santidade, seja qual for a forma que apresente, não tem mistérios para Mim. A vossa vida, por dura que vos pareça, é para Mim fácil de resolver. Mas não posso, não devo ser Eu a resolver as vossas vidas. Sois vós que deveis fazê-lo. Mas Eu sei a forma como o fareis com facilidade, com utilidade, transformando tudo o que vos aflige em frutos de salvação, em tesouros que acumulareis para a eternidade, que é o futuro para o qual caminhais. Fazei o que vos digo, o que vos recomendo, e salvar-vos-eis. Além disso, ajudareis a salvar muitas outras almas, porque uma alma que se santifica dá a mão a muitas almas irmãs e ajuda-as na subida.

A vossa vida, meus filhos, é um caminho por onde seguis em fila, de mão dada. Os que sobem amparam aqueles que a eles se agarram; os que caem arrastam outros na queda. Os que se perdem puxam alguns irmãos para o abismo. É preciso fortalecer a fila, puxar pelos que se deixaram arrastar na queda. Para isso tendes de fazer algumas coisas, e, muitas vezes, perguntais o quê. É bem simples, meus filhos, tendes de fazer aquilo que Eu vos digo. Eu digo-vos que rezeis. É sempre o ponto em que mais insisto, porque é o ponto de partida. Quem não reza, dificilmente conseguirá dar passos sem cair, porque se encontra totalmente enfraquecido. Se rezais, alimentais-vos, encostais-vos a Mim, que sou a Mãe forte que vos segura, que não vos deixará cair, que vos coloca nos braços de Jesus ao abrigo dos perigos. Digo-vos que frequenteis os sacramentos, porque eles purificam e fortalecem. Com a oração e os sacramentos, meus filhos, sereis muito fortes, porque além de vos escorardes em Jesus, colocais Jesus em vós, e Jesus é sempre Aquele que é forte, que tem poder. Jesus é invencível e, unidos a Ele, será Ele que vencerá os vossos combates. Unidos a Jesus, tendes o Céu convosco, viveis em salvação. Digo-vos, meus filhos, que cumprais a Vontade de Deus, porque, se a cumprirdes, tendes a batalha vencida, o Céu ganho, uma vez que a Vontade do Senhor é que todos vos salveis. Por isso, tudo preparou para vos facilitar a caminhada. Pelos Seus Mandamentos apontou-vos o caminho que, se assim não fosse, desconheceríeis totalmente. A Sua Vontade dá-vos todos os dias material de trabalho para a vossa tarefa de salvação. Aceitai-o das mãos d’Ele, com amor, mesmo que, à primeira vista, não vos agrade, vos pareça inferior ou menos vistoso que o dos vossos irmãos. Aceitai-o porque é o que de melhor o Senhor arranjou para aquilo que precisais fazer, na ordem da salvação, da santificação pessoal e da salvação dos vossos irmãos. Amparados por Jesus e por Mim, aceitando a Vontade d’Ele, deixando de O ofender, tereis confiança e paz. Perdeis a paz pela insegurança em que viveis, por desejardes muitas coisas, algumas das quais até nem são boas para vós, ou não o são de todo. Outras poderão ser boas, mas não estarem no momento ou na situação certa. E vós viveis atormentados com esses desejos inúteis. Se aceitardes de coração a Vontade do Senhor, guiar-vos-eis inteiramente por ela, descansareis na Vontade d’Ele e vivereis em paz. A própria paz do mundo será o prêmio que o Senhor dará a quem proceder de acordo com a Vontade d’Ele, a quem fizer aquilo que Eu digo. Sei o que digo, meus filhos, escutai-Me. A hora em que viveis é grave. Não deixeis por mais tempo de pôr em prática as Minhas recomendações, porque vos espreitam grandes perigos.

Fazei o que vos digo, meus filhos, convertei-vos, rezai, rezai, rezai muito, aproximai-vos frequentemente dos sacramentos, fazei a Vontade de Deus. Em troca, Eu vos prometo a paz, Eu vos prometo a salvação.

«A guerra vai acabar. Mas, se não deixarem de ofender a Deus, no reinado de Pio XI começará outra pior»

Meus filhos, aprendei a escutar-Me quando vos falo. Falo-vos de tantas formas, mas não Me escutais. Se Me escutásseis havíeis de mudar as vossas vidas, e não mudais. Nunca mudais! Continuais a dar mais importância à vossa comodidade, àquilo que vos agrada, à vaidade sob qualquer aspecto, às vossas ambições pessoais, ao vosso prazer. Tomai conta que, acima de qualquer interesse vosso, deve estar sempre a Vontade de Deus, que deve ser por vós prontamente aceita, prontamente cumprida. Escutai-Me quando vos digo: Tende cuidado! Tende cuidado com o que fazeis, com as intenções do vosso coração, porque o que está dentro do coração é que realmente interessa e não as palavras que vos sobem aos lábios. Quantas palavras enganadoras vos escuto! Quantas palavras bonitas dizeis aos vossos irmãos, quando o vosso coração está longe, ruminando os seus egoísmos! É o vosso coração que Eu quero, porque é no vosso coração que se travam as lutas da vossa guerra, daquela guerra que todos tendes de travar para conquistar o Céu. Se vos deixardes guiar por Mim, as vossas pequenas guerras terminarão uma após outra. Sempre tereis algumas lutas, mas na Minha companhia, com a Minha poderosa ajuda, haveis de as vencer todas e vivereis em paz.

A guerra começa sempre pelo choque de interesses. A vossa guerra interior também resulta do choque entre os interesses de Deus, manifestados pela Sua Vontade, e os interesses do vosso inimigo e do próprio mundo. Tendes também permanentemente guerra com os interesses do vosso egoísmo e da vossa carne. Meus pobres filhos, embrenhados em tantas lutas! Meus pobres filhos, constantemente feridos, tão cansados que, por vezes, já nem força têm para segurar as armas que lhes garantem a vitória. É assim que as deixais cair. É assim que abandonais a oração, que a descurais e substituís por coisas que tendes para fazer. É assim que encheis a imaginação, o pensamento, de coisas inúteis, que parecem não fazer mal, mas são pesos que vos carregam e mais vos enfraquecem!

Queridos filhos, que vedes tão pouco! Reparai que, quando cedeis às tentações e ofendeis a Deus, reacende-se a vossa guerra e caís vítimas dos vossos descuidos. A ofensa a Deus é sempre uma luta perdida por vós, é sempre o início de novas investidas, de novas guerras. As guerras em que o mundo se debate, em que tantos sofrem e morrem, são o espelho da guerra que em vós transportais. Meditai um pouco nos horrores de uma guerra, e depois vede isso tudo dentro de vós quando deixais que ela progrida no vosso interior, quando não tratais de a vencer, de a apagar com o Amor de Deus. Vós só pensais nas guerras do mundo. Garanto-vos que a vossa guerra íntima em nada lhe fica atrás e que, se pudésseis ver no vosso interior, ficaríeis horrorizados com os estragos e o sofrimento que ela faz nas vossas almas, quando deixais que alastre, quando vos expondes a ela, quando por ela vos deixais seduzir como loucos que se lançam ao fogo, porque o fogo brilha. Meus filhos, a ofensa a Deus produz a guerra no mundo, não porque Deus queira a guerra, mas porque vós a quereis, porque vós a provocais. A própria guerra é uma ofensa a Deus, porque nela se chocam os egoísmos, os vícios, as maldades, porque, por ela, sofrem os inocentes. Anos e anos o nosso Deus reprime e evita muitas guerras prestes a explodir, mas o vosso pecado faz com que, por vezes, deixe que experimenteis, que proveis essa amargura.

Não estranheis, meus filhos, Eu ter dito que recomeçaria nova guerra no reinado de Pio XI, quando afinal começou no reinado de Pio XII. Ela teria, efetivamente começado no reinado de Pio XI se não fossem algumas almas que rezaram e se sacrificaram para que fosse atrasada ou evitada. Não foi evitada, porque a vontade dos homens se manifestou, firmemente, com a liberdade que Deus lhe deu, e as almas orantes não foram suficientes para abafar essa vontade deformada e maldosa. Muitas outras guerras têm eclodido aqui e ali, pelo vosso mundo, por vontade dos homens, mas o Senhor tem impedido outra guerra mundial, que seria catastrófica para vós, dada a alta tecnologia de que dispondes e de que tão mau uso fazeis. O Senhor tem-no impedido, esperando pelo arrependimento de muitos filhos e pela oração e sacrifício daqueles que se dizem Seus. Meus filhos, até quando esperará e evitará que vos lanceis fratricidamente uns contra os outros, por todo o mundo? Os que estão longe não se aproximam. Os pecadores não se arrependem. Os filhos orantes cansam-se e alguns voltam-se para o pecado também como um caminho mais sedutor. Como impedir que se percam aqueles que hoje dizem pertencer ao Senhor e amanhã talvez O atraiçoem como tantos outros? Estou preocupada, meus filhos, porque vejo já muito poucas saídas para vós, porque vós próprios fechastes as que estavam abertas e serviram para salvação de tantos. Fechaste-as com a vossa permissão à imoralidade, com o vosso fechar de olhos a toda a maldade camuflada, com a vossa permissividade e aceitação de tudo o que deixais entrar nas vossas casas e nas vossas vidas. Fechaste-as com o vosso respeito humano, a vergonha de proclamar a vossa fé na roda dos amigos, pela vossa facilidade em descuidar a oração. Filhos queridos, é uma Mãe preocupada que se vos dirige e vos pede que tenhais cuidado, que deixeis de ofender a Deus e vos agarreis à oração, porque, com a oração feita todos os dias, vos podeis salvar.

Rezai para evitardes as guerras íntimas. Rezai para evitardes as guerras no vosso mundo. A oração é a arma que neutraliza a guerra. Usai-a. Usai-a com cuidado, com valentia, com sabedoria. Usai-a sob a minha direção e vencereis.

«Quando virdes uma noite iluminada por uma luz desconhecida, sabei que é o grande sinal que Deus vos dá de que vai punir o mundo de seus crimes, por meio da guerra, da fome e de perseguições à Igreja e ao Santo Padre»

Queridos filhos, é preciso que escuteis a Minha voz, voz de Mãe aflita, de Mãe angustiada pelas preocupações, que vos avisa antecipadamente dos males que vós provocais e que sobre vós vão cair. O grande problema é que não Me escutais. Por todo o mundo ando a avisar os meus filhos, para que a tempo se arrependam, mudem de vida e, por vezes, do lugar onde vivem. Mas os ouvidos da maioria de vós estão fechados. Não atendeis o que vos digo e muitos ainda troçam ou pretendem impedir-Me de falar, como se uma Mãe não tivesse sempre o direito de falar aos filhos e de os avisar enquanto é tempo de se salvarem. Também aqui, em Portugal, avisei. Primeiro avisei sobre o que deveriam fazer para afastar a guerra. Depois avisei sobre o sinal pelo qual iríeis conhecer a sua proximidade. Como vós sois, meus filhos! Não tardaram muitos de vós a tentar encontrar explicações naturais para este fenômeno. Mas os verdadeiros cientistas, aqueles que procuram a ciência verdadeira e não falsas capas de ciência para taparem os prodígios de Deus, esses viram bem que não se tratava de um fenômeno normal.

Encheis os ouvidos com qualquer coisa. Acreditais em tudo o que se diz, e isso é um grande mal, em que sois vós próprios e as vossas famílias os principais prejudicados. Aprendei, meus filhos, a não acreditar em tudo indiscriminadamente. Aprendei a separar a verdade do erro. Aprendei a discernir. Só Eu vos posso ensinar estes segredos facilmente, porque o Senhor Me deu a facilidade do discernimento e Me colocou no vosso caminho como Mãe, Mestra, condutora da vossa viagem. Sou Mulher, sou humana, sou uma de vós, sou vossa compatriota. Em terra estrangeira confia-se mais num compatriota bem relacionado que em qualquer estrangeiro desconhecido. Vós também estais em terra alheia. Não é aqui a vossa Pátria, mas encontrais uma compatriota que convive com o Rei. E vindes a descobrir que esta compatriota também é vossa Mãe. Que mais quereis, meus filhos? Tendes nas mãos a realização da felicidade. Tendes em Mim quem vos ajudará a conseguir tudo, desde que não seja assaltar o palácio do Rei, roubar as Suas riquezas, desde que não seja rebolar-vos pela lama das ruas. Sim, meus filhos, muitos de vós gostam de rebolar-se na lama. Tendes, na realidade, gostos estranhos. Sou vossa compatriota e vossa Mãe, mas vós não vos pareceis Comigo no que se refere a gostos e a preferências. Tendes os gostos difíceis de entender para quem vive na Luz, porque vós viveis nas trevas e nessas trevas muitas vezes caís, vos magoais, vos sujais. Nada percebeis destas trevas, desta terra estrangeira onde os estranhos facilmente vos enganam, dando às coisas e às próprias palavras significados falsos.

Escutai-Me e Eu vos ensinarei a verdadeira língua deste Reino, e então entendereis os embustes com que vos tendes deixado enganar. Escutai-Me e tomai atenção aos Meus avisos e às luzes que vos mando, aos sinais que vos envio para conhecerdes onde estais e para fugirdes e, se vos for possível, neutralizardes os males que tantas vezes atraís. Prestai-Me atenção por respeito, por amor, e Eu vos irei ajudando a ver cada vez melhor no caminho difícil que tendes de trilhar e que vos levará ao palácio do Rei, na vossa Pátria verdadeira, onde Eu também estou à vossa espera, ansiosa por vos abraçar.

«Para a impedir, virei pedir a consagração da Rússia ao Meu Imaculado Coração e a Comunhão Reparadora dos primeiros sábados»

Meus filhos, sou uma Mãe que pede. Muito raramente vos mando alguma coisa. Só peço. Vós fazeis como quereis. Umas vezes obedeceis-Me, outras não. A maior parte das vezes fazeis de conta que aquilo que vos digo não vos diz respeito, que não é para vós, mas para outros. E assim desperdiçais os Meus conselhos, com graves prejuízos para todos vós. Reparai no que aqui vos digo: para impedir a guerra, virei pedir a consagração da Rússia ao Meu Imaculado Coração e a Comunhão reparadora nos primeiros sábados. Quem tomou atenção ao Meu pedido? Quem obedece? Quem faz esta Comunhão reparadora? Alguns até inventam outras formas de fazer o primeiro sábado, mas nas quais não incluem a Sagrada Comunhão. Ai, meus filhos! O que vós sofreis pela vossa inconsciência, pela vossa falta de cuidado, por não refletirdes nas ciladas, nos enganos em que vos deixais envolver! Passais pelo mundo, descuidados, sem atenção ao que realmente é importante, preocupando-vos só com coisas transitórias e fúteis! Viveis como se nada mais houvesse que o vosso mundo presente, como se a vossa vida na Terra devesse durar para sempre. Tomais a peito coisas que nada valem, empenhais-vos nelas, lutais e sofreis por elas! Tendes os olhos fechados para os verdadeiros valores e viveis como se a verdade não existisse.

Abri os vossos olhos, meus filhos! Vede que a vossa vida só existe como caminhada para a vida verdadeira. Reconhecei que não vale a pena perder esse tempo que vos é dado com tanta briga, tanta confusão, tanta futilidade. Abri os olhos e vede os vossos erros. Vede como é transitório tudo aquilo de que fazeis gala. Vede como é transitória a beleza, a juventude, a vida. A verdade, a verdadeira vida, a verdadeira beleza e juventude, ficam para lá daquilo que veem os vossos olhos carnais. Podeis atingi-lo com os olhos espirituais que Deus vos deu, mas que teimais em trazer fechados, deixando que o mundo e as más tendências tomem conta de vós. É por viverdes com os olhos fechados que, muitas vezes, frequentais a igreja, ides a Fátima, frequentais até grupos de oração, fazeis retiros, mas não modificais as vossas vidas. Continuais a pensar da mesma maneira, porque não consentis em alterar o vosso pensamento. Continuais a dizer as mesmas coisas, a fazer o mesmo que fazíeis anteriormente. Procedeis exatamente como se não fizésseis esses retiros, como se não frequentásseis essas orações.

Meus filhos, não é fazendo muitas coisas que fareis o que é bom. Só fareis o que é bom quando consentirdes em abrir os olhos aos verdadeiros valores, quando acreditardes realmente naquilo que vos diz Jesus nos evangelhos, quando aceitardes as Minhas palavras de Mãe, que vos querem alertar e sacudir da letargia de pecado e da indiferença em que o mundo mergulhou.

A consagração da Rússia seria o sinal do abrir dos olhos para o problema do mundo. Não foi feita a seu tempo e a guerra estalou como castanha nas mãos de criança que, imprudentemente fecha os olhos e lança as mãos às brasas. Não só a castanha, as próprias brasas queimaram a criança, as labaredas cresceram e envolveram-na antes que ela abrisse os olhos. Esta criança sois vós. Continuais na vossa imprudência, metendo as mãos nas brasas, esperando tirar castanhas assadas sem vos queimardes. Mas como não abris os olhos, os vossos dedos queimam-se e nada agarrais senão dor.

Foi feita a consagração da Rússia no meio dos sorrisos irônicos de muitos. O resultado viu-se em breve com a queda da sua política e com a libertação dos países oprimidos. Mas nem tudo está feito, meus filhos, O resto da tarefa é vossa. Assim como houve sorrisos irônicos e críticas à consagração da Rússia, também há sorrisos irônicos e novas ideias, novas teorias, a respeito da devoção dos primeiros sábados. Mas se a praticardes, vereis a queda do pecado que governa o mundo, como vistes a derrocada do governo comunista.

Aquela devoção que agora vos parece de pouco interesse, de pouco valor, como mais uma a juntar a outras, e que nem sabeis bem para que servirá, será aquela que levará ao abrir dos vossos olhos para as Minhas palavras, para mudardes de vida, de uma vida de vaidades e imodéstias, de ambições, rancores e futilidades, para a vida de fé verdadeira que deveis ter. Dai-Me a vossa mão, meus filhos. Crede nas Minhas palavras. São palavras ditadas pelo Amor de Mãe. São palavras da Mãe que vos ama e se preocupa convosco. Vinde até Mim, aceitai o que vos digo, fazei o que vos aconselho, para vosso bem, e para o bem de todos os vossos familiares.

Meus filhos, ainda tendes tempo, mas talvez não tenhais muito tempo. Aproveitai aquilo que tendes, porque o negócio da vossa salvação é mais importante que qualquer outro. Escutai o Meu conselho: ponde em prática o que vos digo a respeito da devoção dos primeiros sábados, consenti que abra os vossos olhos a respeito das verdades que tendes tão esquecidas e mudai a vossa forma de viver de acordo com o que vos tenho aconselhado, para que possais ser salvos.

«Se atenderem aos Meus pedidos, a Rússia converter-se-á e terão paz»

Prometi-vos a paz se fizésseis o que Eu vos dizia. Mas não fizestes. Poucos, muito poucos entre vós, fazem aquilo que Eu digo. Esses têm paz. Vivem em paz nos seus corações. Têm paz consigo próprios e paz com os irmãos porque, fazendo o que Eu digo, aprendem a conviver, a dar e a receber, mesmo que recebam coisas pouco agradáveis. E assim vivem em paz. Desejava fazer do vosso mundo um jardim, um outro jardim do Paraíso, onde todos fôsseis felizes, onde todos tivésseis paz. Por isso vos aconselho uma e outra vez aquilo que deveis fazer. Mas nunca Me atendeis e o vosso jardim continua por fazer e o vosso mundo continua a encher-se de guerras, de ódios, de crimes, de imoralidades, como nunca se viu. Acabastes por perder também o sentido do bem e do mal, que é uma noção que foi dada a todo o homem, seja qual for a raça e a forma de pensar ou a cultura em que está inserido. Disse que, se fizésseis o que vos digo a Rússia se converteria. Mas não seria só a Rússia. Vós próprios vos converteríeis porque, se fizésseis o que Eu vos digo, havíeis de vos converter, certamente, porque aquilo que vos digo é sempre em ordem à vossa conversão pessoal. Quantos disseram que nada tinham a ver com a Rússia ou com a sua conversão, e não viram que seriam eles próprios os beneficiados, quer pela própria conversão, quer pela paz que alcançariam, evitando o espalhar dos erros. Foi devido à vossa inércia no serviço do Senhor que os erros se espalharam. Não culpeis os governos, não culpeis aqueles que espalharam as ideias que fizeram sofrer tantos países. Culpai-vos a vós mesmos que nada fizestes para o evitar.

Muitos de vós poderão dizer que ainda não eram nascidos nesse tempo e que, portanto, isto não vos diz respeito. Tendes razão no que respeita ao passado. E agora? Também nada podeis fazer? E que fazeis? Pondes em prática o que vos digo, o que vos recomendo, ou não tendes tempo para essas coisas? Meus filhos, vós tendes sempre tempo para tudo. Tendes sempre tempo para coisas inúteis. Só não tendes tempo quando se trata de Me dar atenção. Só vos queixais do tempo, das horas ou de outras coisas, quando vos digo para rezardes, quando vos digo para fazerdes os primeiros sábados. Por quê, meus filhos? Alguma vez pensais como isto é importante? Vamos, saí do vosso desinteresse, da vossa modorra espiritual e capacitai-vos da importância e da urgência das Minhas palavras.

Em 1917 falei para o futuro. Aquilo que pedi era para fazer tendo em vista males futuros que era preciso evitar. O que agora digo é para o presente. O mal já está instalado. É preciso combatê-lo se não quiserdes que vos vença. Se não vos levantais para rezar, se não empunhais as armas que vos aponto, sereis todos vencidos, o mal sufocar-vos-á nas suas lamas.

Filhinhos, cada vez é mais dura e mais acesa a luta, mas Eu estou a vosso lado, como Mãe guerreira, e ajudo-vos no combate. Não vos deixo sós, luto a vosso lado. Empunhai as Minhas armas, as armas da oração, da caridade, dos sacramentos. Quero ajudar-vos a vencer, quero que vençais, porque sois Meus filhos, filhos muito amados, que sigo com os olhos, e anseio por ver a salvo, um dia, na Casa do Pai. Trabalhai agora, lutai agora, por Mim, Comigo, e tereis a Minha proteção, a paz de Jesus que Eu vos dou.

«Se não, espalhará os seus erros pelo mundo, promovendo guerras e perseguições à Igreja»

Muito tem sido perseguida a Igreja bendita que o Meu Filho fundou. Já foi perseguida nos primeiros tempos, tendo os próprios Apóstolos dado o sangue em sua defesa, em testemunho da sua fé. Depois foi perseguida através de heresias e cismas. Mais recentemente perseguiram-na e perseguem-na as ideias socialistas de estados laicos e ateus. Até os seus filhos, que deviam defendê-la, a perseguem com ideias novas que vão surgindo por todo o mundo no cérebro de alguns cristãos, ideias que podem ter algum fundo de verdade, mas depois se desviam para o erro, para o ataque mais ou menos direto. E o que é pior é que esses idealistas levam outros atrás de si, levantam dúvidas em mentes pouco esclarecidas, seduzem os ingênuos e os imprudentes. Os erros têm se espalhado pelo mundo como má semente da qual crescem ervas daninhas que abafam a boa cultura. Toda essa má semente é lançada pelo meu inimigo que a espalha entre vós, chegando a criar dúvidas em alguns daqueles que mais chegados estão, e perante a indiferença geral, que é outra má semente que se espalhou. É esta vossa indiferença que tem dado bom clima ao proliferar do joio na seara do Senhor. Justamente porque ficais indiferentes às Minhas recomendações, não fazeis o que vos digo e deixais que os erros se espalhem. São os erros que fazem estalar os ódios, que promovem as guerras. Enquanto houver erros haverá sempre lutas de palavras ou de atos.

Meus queridos filhos, aprendei Comigo a arte de não aceitar o erro, de ver onde ele está e de o recusar. Não vos deixeis conquistar pelo que é errado, mesmo que vo-lo apresentem embrulhado em cores e brilhos. Tudo aquilo que vos ensinarem e que seja contrário aos evangelhos, por muito bonito que pareça, por muito que tente remediar os vossos sofrimentos, podeis ter a certeza de que é errado. Tudo o que vos ensinarem que seja contrário ao que ensina ou determina a Igreja, mesmo que pareça solucionar os vossos problemas, tende a certeza de que é errado. Tudo o que é contra os mandamentos do Senhor, mesmo que pareça simplificar a vossa vida, acreditai que é errado. Como podeis pensar em solucionar as dificuldades com erros? Mesmo que pareça tirar-vos agora de dificuldades, o erro levantar-se-á contra vós, e lançar-vos-á, no futuro, em dificuldades maiores, colocando-vos na mão daquele que promove o erro, as discórdias e as guerras. Estai certos de pisar sempre terreno seguro, se fizerdes sempre o que Eu vos digo. E Eu digo-vos que sigais os evangelhos, que obedeçais à Lei de Deus, à Lei da Igreja, que cumprais o vosso dever, que rezeis, que frequenteis os sacramentos. Mesmo com dor, este é o caminho que deveis trilhar, porque é o caminho que conduz ao Céu. É o único caminho, não há outro. Não o procureis noutro lado, noutras ideias, ou noutras religiões, em presumidas facilidades. Não procureis o caminho em vida a dois sem matrimônio. Não entreis no caminho do matrimônio estéril, egoísta, criminoso. Meus filhos, olhai para vós próprios, para a vida que deixais correr, por interesses de egoísmo, e largai esses desejos de posse de coisas boas, pois não há coisa tão boa como o filho que o Senhor vos quer pôr nos braços e vós recusais, dando preferência a uns móveis, umas viagens, umas roupas, uns trabalhos. Vede o que fazeis. Já não sois crianças. Tendes responsabilidades e este assunto é sempre muito grave e muito delicado. Mas as Minhas mãos de Mãe também são delicadas para lhe pegar, e, por isso, venho hoje pedir-vos, com lágrimas nos olhos, que façais um esforço para vencerdes os vossos egoísmos e comodidades, as vossas tentações e paixões, para vos sacrificardes até, e encetardes o caminho santo e seguro do matrimônio responsável, que não é para brincar como crianças, mas para encarar de forma adulta. E vós que ainda não chegastes a este caminho, não tenteis entrar nele por falsas portas que vos seduzem, porque estão mais perto. Essas portas levam a caminhos enlameados onde vos sujais, e que não vão dar ao Céu, onde um dia desejais chegar.

Sou vossa Mãe, filhinhos, e aponto-vos o caminho seguro. Na dúvida, procurai ver o que dizem os Mandamentos do Senhor, e ficareis esclarecidos. Os Mandamentos não estão ultrapassados. Foram do tempo de Moisés e são de agora. São de todos os tempos. Não venhais com teorias modernas sobre o amor, porque só ama, realmente, quem cumpre os Mandamentos. Tudo o mais não passa de simulacros de amor, egoísmo mascarado, falsidade e pecado. Não queirais vós também aumentar o já tão grande caudal de pecado que enlameia o vosso mundo, que o Senhor para vós criou tão belo.

Meus filhos, tereis paz se fizerdes o que vos digo, se seguirdes os Meus conselhos. Se não o fizerdes, apenas espalhareis ainda mais os erros e vivereis em contínuas discórdias. Mas, para fazerdes o que vos digo, para seguirdes pelo caminho do Senhor, que não é um caminho de facilidades, é preciso força, coragem, e essa só a podereis ir buscar à oração. Por isso, mais uma vez vos dou o Meu conselho de sempre: rezai, meus filhos, rezai, rezai para terdes força, rezai para terdes coragem, rezai para terdes paz.

«Os bons serão martirizados, o Santo Padre terá muito que sofrer, várias nações serão aniquiladas»

Meus filhos, é com o Coração triste que vos revelo algumas das coisas que vos acontecerão, porque o mal se levanta contra vós, uma vez que não pode atingir-Me, nem a Meu Filho. As forças do mal odeiam-vos porque sois Meus filhos, e querem ocasionar-vos todo o sofrimento que lhes for possível. Estai atentos, meus filhos, não durmais! Oh, quanto dormem os meus filhos! Estão constantemente a cair em embustes e não veem que cada vez mais se afundam no pecado. Calam-se submissamente às vozes da impiedade do mundo, e o mal vai alastrando, primeiro sorrateiramente, agora às claras, mais tarde em avalanche, na ideia de destruir o Reino de Deus, de destruir os Seus filhos.

Sim, tereis de sofrer, é verdade. Nova era de mártires já está em curso. Muitos de vós, que agora nem pensais nisso, sereis postos na situação de renegar Jesus, renegar a Igreja, ou morrer. Muitos de vós sereis martirizados nos vossos corações através de mau ambiente familiar ou de trabalho. Muitos de vós terão de sofrer na sua carne ou no seu espírito, mas lembrai-vos de que só aquele que perseverar até ao fim é que será salvo.

Meus filhos, preparai-vos, pois não sabeis as surpresas que o amanhã vos trará. Rezai para terdes força para as duras batalhas da vida, que se aproximam de todos. Não será demais tudo o que rezeis. Rezai, e estareis sob a Minha proteção poderosa. Sois o Meu exército de crianças, que Eu transformo em guerreiros. Coloco nas vossas mãos as Minhas armas: O santo terço e o Meu Escapulário. Usai-os sem vergonha, nem respeitos humanos. Meus filhos, não andeis sem proteção. Não sejais desprevenidos, nem inconscientes do mal que vos rodeia, e tudo fará para vos prejudicar, espreitando por todas as frestas, para ver por onde entrar. Tapai as frestas com arrependimento, com penitência, e elevai as vossas preces incessantemente para o alto. Rezai, meus filhos, pelo Santo Padre. É verdade que ele terá muito que sofrer. Ele sofre já muito, vós não sabeis quanto, mas Eu sou a Mãe em quem ele confia. Eu o protegerei, mas não o impedirei de sofrer. Rezai por ele, e não largueis o seu lado, para alinhar noutro exército. Rezai pelas nações. Ai, meus filhos, quanta da Minha aflição, a aflição que mostro através das Minhas imagens é por causa das nações. Rezai para que haja um arrependimento, uma conversão geral, para que o castigo das nações, provocado e despoletado por elas próprias, seja afastado.

Ai as nações! Ai as nações! Não queirais ver, não tenhais sequer curiosidade em saber, porque as vossas almas são limitadas para a dor, e essa dor será demasiado grande para qualquer de vós! Limitai-vos a rezar, rezar, rezar, pela conversão dos povos, para que a Minha profecia em Fátima não venha a realizar-se, como não se realizou a destruição de Nínive profetizada por Jonas, por os ninivitas terem feito penitência. Sois poucos, é verdade, mas tendes uma grande missão. Que cada um de vós valha por mil, reze por mil, faça penitência por mil, e assim, unidos a Mim, ajudar-Me-eis a salvar as nações, a salvar o mundo de grandes males. Não digais nunca que tudo está perdido, porque há sempre salvação para o mundo, se vos arrependerdes sinceramente, se fizerdes o que vos digo, se vos colocardes sob a Minha proteção, se rezardes. Rezai, filhos, rezai Comigo, implorai Comigo, e a Misericórdia do Senhor descerá sobre vós.

«Por fim o Meu Imaculado Coração triunfará»

Sim, meus filhos, o Meu Coração triunfará, mas não com um triunfo fácil. Os triunfos fáceis não conduzem a nada de sólido. São apenas entusiasmos passageiros. O triunfo do Meu Coração não se fará sem dificuldades, sem terdes primeiro de passar por algumas tribulações bastante difíceis. Dizeis muitas vezes, entre vós, que os tempos estão maus, que a vida está cada vez mais difícil. Meus queridos filhos, os tempos estão maus, sim, mas vós mal dais conta disso, porque tendes os olhos fechados no sono com que o mundo vos embala. Acordareis desta suavidade subitamente, e, então sim, vereis que os tempos são maus e a vida difícil. Mas isto só quando fordes acordados do vosso sono. Não penseis que estais em paz, meus filhos. Rodeia-vos guerra, e guerra violenta. É tempo de acordardes e verdes como caem à vossa volta aqueles que andam sem cuidado, que caminham de olhos fechados, no aturdimento que lhes dá o mundo, com os seus luxos e as suas modas, com o trabalho mal organizado, com as ambições, os desejos desmesurados de honras e de prazeres, de bem-estar e de afirmação pessoal. Acordai agora para a luta difícil que vos rodeia, para que comeceis a empunhar as Minhas armas, a fim de que não sejais apanhados desprevenidos em dias ainda mais difíceis. É tempo de acordar e de alinhar junto do Meu exército para, sob o Meu comando, colaborardes no Meu triunfo.

O Meu triunfo inaugurará a verdadeira era da paz. A paz em que pensais viver é apenas uma paz dos vossos sonhos e não uma paz verdadeira. Se vísseis com olhos bem esclarecidos, veríeis quanta guerra, quanta luta vos faz aquele que vos quer perder. Recebeis feridas sobre feridas. Lançais a culpa para tudo e para todos, menos para vós próprios, que não vos sabeis defender, e não quereis aprender a fazê-lo. Meus amados filhos, precisais aprender a resistir às tentações das coisas sedutoras mas perigosas, às tentações de pecado, que podem ir até à morte da graça nas vossas almas. É grave, muito grave, a situação de pecado do mundo. O mundo faz, atualmente, do pecado a sua gala, a sua vaidade. Vim a Fátima denunciar o pecado e pedir que renunciásseis a ele. Não eram aquelas três criancinhas os pecadores a quem Eu Me dirigia, quando pedia que não pecásseis, quando pedia para fazerdes aquilo que vos dizia, a fim de terdes paz. Aquelas crianças eram inocentes e estavam desejosas de Me agradar. Nos seus corações Eu já tinha triunfado. Servi-Me deles para Me dirigir a vós, porque também em vós o Meu Coração quer triunfar. O Meu triunfo, mais que um triunfo estrondoso, quer ser um triunfo no íntimo dos vossos corações, irradiando para as vossas almas. Só quando Eu triunfar em todos vós, o Meu Coração triunfará realmente e a paz se estenderá sobre o mundo, porque, quando o Meu Coração triunfar, todos vós fareis a vontade do Senhor, que é o que o Meu Coração mais deseja.

Quereis, meus filhos, que o Meu Coração triunfe? Começai por reformar as vossas vidas. Começai a converter-vos, a perguntar-Me no Santo Terço o que é que deveis fazer, e Eu iluminarei as vossas mentes nesse sentido. Se então Me obedecerdes, triunfarei em vós e estareis ajudando ao triunfo do Meu Imaculado Coração em todo o mundo.

«O Santo Padre consagrar-Me-á a Rússia, que se converterá, e será concedido ao mundo algum tempo de paz»

A Rússia, meus filhos, a Rússia! A Rússia, a Minha filha tão querida e que tantos espinhos tem cravado no Meu Coração! A Rússia, que foi filha fiel no passado, mas que traiu, como fazem tantos de vós, mas em cujo coração sempre ficou a saudade de sua Mãe. A Rússia é o retrato de cada um de vós, meus filhos. Vós também muitas vezes traís, pensando viver uma vida mais fácil, mais moderna, mais de acordo com o mundo em que viveis. Como ela, muitas vezes tentais impor aos irmãos as vossas ideias, tentais conquistar amizades, fazer alianças, com quem vos parece que vale a pena, tentais dominar, tentais crescer, sobressair, dar nas vistas, ter honras e poder! Meus filhos, vede que, como a Rússia, muitas vezes tendes ideais que vos parecem poder resolver a vossa vida e não aceitais quando vos dizem que não são bons, porque partem de bases falsas. Fechais os ouvidos e continuais no vosso erro até experimentardes em vós próprios os resultados nocivos da prática dessas ideias erradas. Quantas vezes vos entregais ao que não é, ao que promete e não dá. Quantas vezes acreditais nessas promessas e nelas empenhais tudo o que tendes, desde a vossa fé, os vossos bens, a vossa família e até a vossa vida. É o que acontece quando prestais ouvidos a teorias que brotam de fora da Igreja, de terrenos antagônicos. Por vezes estão mascaradas com palavras belas, palavras semelhantes às dos vossos verdadeiros pastores, palavras até semelhantes às Minhas. TUDO ISSO SÃO VOZES DE SEREIAS QUE TENTAM LEVAR-VOS PARA FORA DA BARCA DE PEDRO, que tentam até, tantas vezes, controlar os marinheiros dessa barca com o fim, que nunca conseguirão, de a fazerem naufragar.

Meus filhinhos! Como a Rússia está espelhada nas vossas almas pecadoras, mas ansiosas de felicidade, de pão e de luz! Como na Rússia, nos corações dos velhos, nunca se apagou a fé que foram, em segredo, transmitindo aos novos, também em vós há sempre a luzinha da crença a indicar-vos que há um caminho que conduz à Pátria. O vosso mal, meus filhos, é que desviais os olhos dessa luzinha para mergulhardes nas trevas em vez de vos aproximardes para a ver crescer. Como a Rússia, também vós tendes, por vezes, mudanças de vida, algumas conversões no meio das desilusões que experimentais com os vossos erros. Meus filhos, como a Rússia, também vós sois atacados por aqueles que vos querem perder, e semeiam em vós as suas violências, os seus vícios, as suas imoralidades, umas vezes de forma camuflada, outras descaradamente. E, como ela, também vós caís nos mesmos enganos. A Rússia converter-se-á, sim é verdade, mas primeiro tem de ser purificada de toda a imundície que lá prolifera, e isso não se fará sem dor. Pobre Rússia! Ainda terás de sofrer, mas no fim serás minha, e então, só então, meus filhos, o mundo terá paz. Quanta luta pela paz quando a paz seria fácil de alcançar se todos a quisessem verdadeiramente. Mas uns querem a paz de uma maneira, outros de outra. Todos querem a paz sem renunciarem aos seus prazeres, pensando até ter algum lucro material com ela.  Isso não é paz, é fantasia! A paz adquire-se à custa de cedências mútuas, de renúncias e muito amor a Deus.

Nem todos entendeis as Minhas palavras, porque os vossos corações estão endurecidos pela luta diária da vossa vida. Procurai, meus filhos, chegar-vos para Mim que diariamente vos irei ensinando novos segredos de paz. A paz, a Minha paz, a paz de Jesus, assentará então em corações pacificados, que são os únicos que têm capacidade para a receber. São os vossos corações que Eu quero pacificar para que possais passar pelas tribulações e ultrapassá-las, alcançando, então, o tempo de paz que vos está prometido.

«Em Portugal conservar-se-á sempre o dogma da fé»

Portugal, filho querido do Meu Coração, como Eu te tenho acarinhado e protegido! Apesar disso, tantos dos teus filhos procedem para Comigo como estranhos e calcam aos pés a lei do Senhor! Quantas queixas poderia Eu fazer deste povo tão querido e tão ingrato, este povo tão desatento e tão virado para a vulgaridade e para o mundo! Já foi povo de altos valores morais, povo com o qual Eu podia contar. Hoje é um povo que faz gala em rivalizar com outros povos no que eles têm de mais vil, mais baixo, mais degradante! Meus filhos, como estais mudados! Quão baixo caíram as vossas ambições! Os vossos avós ambicionavam o Céu. Vós ambicionais os prazeres do mundo, as vaidades do mundo, a vida fácil que nunca conseguireis. Tristes ideais os vossos, meus filhos! Caminhais com os olhos no chão, não procurando ver nada mais além. E, no entanto, no vosso íntimo vive sempre a insatisfação e, em muitos, a desorientação da procura de uma resposta para as frustrações e para os medos. Buscais caminhos obscuros que prometem luz, mas que dão apenas focos luminosos, que vos encandeiam e com os quais aumentam a vossa cegueira. Buscais, meus filhos, caminhos errados fora da vossa Igreja, caminhos onde não encontrais uma Mãe para vos agarrardes. Mas esta Mãe, que vós abandonais, ainda vos procura e pergunta-vos: por que fazeis isso, filhinhos? Por que vos afastais? Por que ides procurar nessas paragens os enganos, as falsidades que vos levarão a abismos mais fundos, abismos de negação da fé, abismos de blasfêmia, abismos de perdição?

Oh, como está larga, como está facilitada para vós a salvação nas ideias atuais! Tudo se resume ao que cada um pensa e ao seu agir conforme o que pensa, para se salvar! Mas não vos esqueçais de que Jesus vos disse que o caminho é estreito. Não é, não pode ser, uma abertura com a elasticidade das ideias. O caminho é sempre da estreiteza por onde passa o fio da renúncia, o fio do dever. O fio do dever leva-vos, primeiro que tudo, aos vossos deveres para com Deus, que são os primeiros que descurais. Quantos de vós são bons profissionais, bons cidadãos, bons familiares, mas não cumprem os deveres que têm para com o Senhor que vos criou, não Lhe rezam, não santificam o domingo, não vão à Missa, não frequentam os sacramentos. Não esqueçais que estais no mundo para amar e servir a Deus e que, se falhais neste dever, falhais em todos os outros porque, tarde ou cedo, a vossa vida sofrerá a influência da vossa falta de relacionamento com Deus e da obediência à Sua Lei e acabareis por descuidar os outros deveres, ressentindo-se com isso a vossa vida familiar e profissional.

Sim, meus filhos, em Portugal manter-se-á sempre o dogma da fé, mas quantos o seguirão? Manter-se-á para quantos? Procurai fazer parte daqueles que aderem à fé, que aderem à luz, que aderem ao Senhor. Não façais parte daqueles que O renegam e não O servem, que sorriem, troçam, tentam mostrar-se superiores, indo depois cair em superstições que a maior parte das vezes apenas querem lucros materiais e, em nome de algumas frases bonitas, simuladas adivinhações, coisas espetaculares, os fazem cair no ridículo e lhes levam o fruto do seu trabalho.

Tende caridade, meus filhos, e aproveitai o privilégio de em Portugal se manter o dogma da fé, pois nem todos os países terão a mesma sorte que o vosso pequeno país. Amai o vosso país, porque Eu também o amo, e conservo-o no Meu Coração. Aceitai com humildade permanecer no rebanho do Senhor. Aceitai a vossa fé, sem tentar fazer-lhe cortes nem acrescentamentos de ideias falsas. Levantai os olhos do chão. Procurai ao longe, no firmamento, o lugar a que pertenceis e esperai que para vós chegue o dia de lá entrar para, enfim, descansardes de tanto trabalho. Dou a fé ao vosso país, meus filhos, amai-a e transmiti-a aos vossos irmãos, a fim de que vos possais encontrar todos, um dia, Comigo, na Casa do Pai.

«Isto não o digais a ninguém»

Meus filhos, quem são os vossos amigos? Tendes ao menos, amigos? Amigos em quem possais confiar, com quem possais compartilhar tristezas e alegrias, amigos cheios de amor e compaixão? Se algum de vós encontrou um destes amigos, digo-vos que encontrou um tesouro mais valioso que qualquer tesouro que possais imaginar. Recomendei a estas crianças que não revelassem o Meu segredo, porque o mundo não estava preparado para o receber, para o compreender. Também vos recomendo que tenhais prudência e não reveleis os vossos segredos a pessoas que não estejam preparadas para tal, quer pela falta de entendimento, quer pela falta de retidão, quer pela falta de prudência. É preciso que aprendais a guardar segredo, em primeiro lugar o vosso segredo. Não vos reveleis com facilidade. Não sejais levianos com as vossas coisas, ou sereis os primeiros a lamentar-vos quando as virdes correndo de boca em boca. Não era isso que Eu queria para o Meu segredo. O Meu segredo era para guardar até data oportuna, altura em que tivesse vantagem para vós revelá-lo. Mas, na data prevista, o mundo ainda se revelava imaturo para ele. Ainda o sois atualmente, o que é muito lamentável. Quantos de vós lucraram com ele? A grande maioria havia de troçar, de encolher os ombros, tratando de esquecer o que acabara de ouvir por curiosidade. É assim que perdeis o fruto do segredo que tanto desejastes saber e não vos preparais para os grandes sofrimentos futuros que, como disse Jesus, cairão sobre vós como as dores na mulher em trabalho de parto. É por curiosidade que vos lançais com avidez sobre qualquer notícia que circule, com o título de mensagem Minha ou do Senhor. A maior parte das vezes trata-se de invenção, como depois o tempo se encarrega de confirmar. Estais tão acostumados, sois tão gulosos por estas coisas, que já nem sabeis o que fazer com elas e, mesmo quando as palavras são verdadeiras, passais à frente e não as traduzis em mudança de vida.

O Meu segredo tenta fazer-vos compreender a grande graça que vós tendes em ser mantido em Portugal o dogma da fé e alerta-vos para o aproveitardes, para não quererdes acompanhar outros países nos seus erros. E procura também dar-vos o significado e o valor das dores, mesmo das mais difíceis, e mostrar-vos a minha proteção, tanto maior, quanto mais Me chamardes em vosso socorro. Essa tarefa cabe a Portugal, onde se manterá sempre o dogma da fé.

Meus filhos, tenho tanta pena de que não saibais seguir as Minhas instruções! Mas ainda assim quero dizer-vos que não vos assusteis com o que vos disserem, seja o que for que lerdes ou ouvirdes. Muitos de vós assustam-se com anúncios de desgraças, que ouvis frequentemente. Repito-vos: NÃO TENHAIS MEDO! Tende apenas cuidado em vos manterdes junto de Mim, porque Eu sempre vos esconderei debaixo do Meu manto, como qualquer mãe esconderia o filho querido. Meus filhos, junto de Mim não haverá mal que vos possa atingir. Está nas Sagradas Escrituras que os que se chegam para o Senhor estão a salvo.

Não entreis também em pânico por causa dos vossos familiares que vedes afastados de Mim. Orai por eles, isso sim, orai muito, orai sempre, sacrificai-vos também, que Eu, com esse vosso pobre capital, cá Me arranjarei, escondendo-o na riqueza dos méritos de Jesus, para alcançar a sua salvação. Mostrai valor, meus filhos, mesmo que não sintais nenhum. Firmai-vos na confiança em Mim, que não vos falto. Erguei o vosso rosto e procurai sorrir. Ficai tranquilos, atentos, obedecendo sempre ao que vos digo. A vós confio também um segredo, mas este podeis dizê-lo a toda a gente: a confiança em Jesus e em Mim é a chave que vos dará a vitória, sejam quais forem as vossas tribulações. Sede confiantes no Meu Amor e no poder que Jesus Me dá. Quero salvar-vos a todos. Hei de salvar todos aqueles que se chegarem para Mim, que confiarem, que fizerem o que Eu digo, porque aquilo que Eu digo é apenas para vosso bem. Estendo-vos os braços. Estendei os vossos. Sou a vossa Mãe.

«Ao Francisco, sim, podeis dizê-lo»

Filhos queridos, como é grande o Meu Amor por vós. E vós amais-Me? Sois realmente meus amigos? Sois amigos de confiança, como era o pequeno Francisco, que foi autorizado a conhecer o Meu segredo? Como mostrais que sois meus amigos? Vós, meus filhos, estais sempre a pedir a Deus provas pelas coisas mais diversas até, por vezes, a maior parte das vezes, sem necessidade alguma. Muitas vezes pensais ter provas, quando afinal o Senhor Se calou à vossa pretensão infantil, e vós deixastes apenas falar a imaginação, tomando-a como resposta, e guiando-vos, cegamente, por ela. Tende cuidado, meus filhos, com aquilo que pensais. Não vos firmeis nas vossas ideias. Não acrediteis que tudo o que pensais é certo, que tudo o que vos vem à cabeça é iluminação, é voz de Deus. Tende cuidado, meus filhos, com as provas que pedis. Preferi, primeiro, dar vós as vossas provas de amor. Não peçais contas a Deus pelo Seu Amor, que Ele já vo-lo provou um número infinito de vezes. Agora é a vossa vez de viver da fé e, assim, acreditar, cegamente, no Amor, no Amor com que Ele vos ama, mesmo sendo vós tão fracos e tão imperfeitos. Lançai-vos, em fé, no Amor Misericordioso do Senhor. Acreditai que tudo o que vos manda, até as provas mais difíceis, mais cruciantes e custosas de entender, são mandadas pelo Seu Amor, que apenas espera que as aceiteis, as cubrais com o vosso próprio amor, para fazer delas as joias que formarão a vossa coroa no Céu.

O Francisco, o meu filho tão meu amigo, que tomou à letra o que Eu lhe dissera sobre o terço, por ser meu amigo, rezava terços sobre terços. Qual de vós seria capaz de o imitar? Não tinham conta os terços do Francisco, porque ele não punha conta no que Me dava, porque o seu amor por Mim era muito grande. Por isso ele foi participante do Meu segredo. O Francisco não era um anjo, era um rapaz sujeito a quedas. Tinha imperfeições, mas o amor cobre todas as imperfeições. É isso que vos peço, meus filhos: Amor. Peço que Me ameis e que Me mostreis, Me proveis esse amor. Pedir amor não é pedir muito. É pedido normal numa mãe. É isso que vos peço porque, se Me amardes, fareis o que vos aconselho e, então, sereis felizes, como era o Francisco, mesmo quando sofria. Tereis Comigo também um segredo, segredo que Eu comunicarei a cada um de vós, segredo que é um, mas que a cada um comunicarei de maneira diferente, à Minha maneira e à vossa maneira. Escutai-Me, meus filhos. O segredo que quero comunicar às vossas almas é grande com o infinito de Deus, e é tão pequeno que cabe no coração de cada um de vós. O Meu segredo é Amor.

«Quando rezardes o terço, dizei, depois de cada mistério: Ó meu Jesus, perdoai-nos e livrai-nos do fogo do inferno. Levai as almas todas para o Céu, principalmente aquelas que mais precisarem»

Meus filhos, como está o vosso amor por Jesus? É para Jesus, unicamente para Jesus, que Eu vos quero dirigir. É para Ele que ambiciono possuir os vossos corações, todo o vosso amor. Gosto que Me ameis, mas, se fosse preciso escolher, preferiria que O amásseis a Ele e Me esquecêsseis a Mim. Tal não é preciso exatamente por Vontade d’Ele, pois Jesus deseja que os que O amam Me amem também, porque Eu sou Sua Mãe, a Mãe que Ele ama e quer ver amada por todos aqueles que Me deu por filhos, todos vós. Para melhor vos orientar para Jesus, introduzi esta pequena oração no Meu terço, que vós rezais tão apressadamente e com tanta falta de cuidado. Tentei chamar a vossa atenção para Jesus, mesmo que, durante as outras orações estivésseis distraídos. Se estivestes distraídos, é ela a ocasião de pedirdes perdão a Jesus dessa distração. Tendes também durante o dia tantas ocasiões em que vos sujais de pecados grandes ou pequenos, que não é demais que Lhe peçais perdão cinco vezes durante o terço. Procurai, ao menos nesta ocasião, estar atentos, porque em serdes perdoados o interesse é todo vosso. Levei-vos também a pedir a Jesus que vos livre do fogo do inferno, do qual fazeis tão pouco caso.

Dizei-Me uma coisa, meus filhos: Quem tem, atualmente, medo do inferno? Pensais nele como numa história daquelas com que, antigamente, tinham o mau gosto de querer fazer medo às crianças. E dizeis que já sois muito crescidos para acreditar nessas coisas. Meus queridos filhos, tenho-vos recomendado que não tenhais medo de desgraças que vos anunciem. Venho hoje dizer-vos que deveis temer, durante a vossa vida, uma única coisa: o fogo do inferno. Sim, meus filhos, temei que a vossa inconstância vos leve a abandonar o Senhor e a escolher a parte contrária, que habita justamente nesse fogo em que não quereis crer ou do qual não fazeis caso. Temei que a vossa fraqueza vos leve a trair, a escolher o pecado, a não querer obedecer à Lei de Deus, a não O querer servir. Os que não O querem servir escolhem esse fogo. Não há outra alternativa para nenhum de vós. Sois vós, só vós, que escolheis, mas escolheis tão mal, frequentemente! É porque vejo as vossas escolhas erradas, que vos venho alertar e ponho nos vossos lábios, cinco vezes em cada terço, o pedido a Jesus para que vos livre de tal desgraça. Porque, se Lho pedirdes muito, habituais-vos a não querer optar pela desgraça eterna. E Ele, que vos ama tanto, e que não deseja senão salvar-vos, dar-vos-á todas as graças de perseverança que Lhe pedis.

Mas não deveis pedir só para vós. O cristão é por vocação apóstolo. Todos vós vos deveis preocupar com a salvação dos vossos irmãos pois além do dever de amor que tendes para com eles, o vosso amor por Jesus deve levar-vos também a desejar que não se desperdice a salvação que Ele adquiriu à custa do Seu Sangue. Sim, deveis pedir-Lhe pelos vossos irmãos, e lembrar-vos de que alguns estão muito necessitados das vossas orações, porque estão em grave perigo de escolher mal e, se escolhem mal à hora da morte, a morte tira-lhes toda a possibilidade de voltar a escolher melhor. Do lado de cá não é possível escolher mais. Rezai para que aqueles que estão em perigo de vida, por doença prolongada ou súbita, por desastre, talvez, escolham bem, enquanto têm lucidez para tal. E ninguém sabe até quando dura a sua lucidez de escolha. Rezai pelos que estão saudáveis agora e, daqui a minutos, podem estar de partida. Lançai sobre todos os vossos irmãos esta oração que, no Meu terço, envolta em tantas orações a vossa Mãe, tem muita eficácia.

Desejo, meus filhos, que tenhais, nesta oração, uma atenção grande, que a façais de coração pois ela tem intenção universal e, por ela, podeis salvar muitos irmãos vossos. Lembrai-vos, meus filhos, o terço pode fazer maravilhas em vós, à vossa volta e em círculos que desconheceis. Confiai em Mim. Confiai-Me os terços que rezais e, com eles, farei cordões de escadas para salvar muitos filhos. Queridos filhos, vós amais-Me? Provai-Me o vosso amor, não Me recusando os terços que puderdes rezar. Preciso deles para salvar os vossos irmãos. Pelo terço colaborareis Comigo, e ajudar-Me-eis a salvar almas, tornar-vos-eis colaboradores na Salvação, verdadeiros membros úteis no Corpo Místico de Cristo. Aprendei Comigo. Não digais que não sabeis o que fazer para converter as pessoas. Eu aponto-vos o caminho: rezai, rezai o terço.

«Hoje não te quero mais nada»

Como seria bom, meus filhos que, ao findar o dia, pudesse dizer a cada um de vós: «Hoje não te quero mais nada», como disse a esta pequenita, que tinha cumprido o que Eu lhe pedira. Como seria bom e proveitoso se todos os dias fizésseis o que vos peço. A Lúcia tinha ido à Cova da Iria como Eu tinha dito. Tinha falado Comigo, escutado as Minhas palavras, a Mensagem que confiara ao seu coração. Tinha feito tudo o que lhe pedira. Nada mais era preciso. Convosco também marco encontro, encontro diário. Eu compareço, mas vós faltais e, quando vindes, é aborrecidos, cansados com outras coisas que preferistes fazer, preocupados com aquilo que desejais. Vindes a correr, com o desejo de não vos demorardes muito, de vos despachardes. Trazeis um olho em Mim, outro nas vossas coisas, quando não são os dois naquilo que vos interessa mais que Eu. Que apressados são, meus filhos, os vossos encontros Comigo! Há sempre outras coisas para fazer primeiro, há sempre outras coisas à espera, e não vos podeis demorar!

É com mágoa, com muito pesar que olho para vós, meus apressados filhos, quando fingis que fazeis oração! Sim, porque fazer oração, nessas condições, é fingimento com que tapais os vossos olhos. Convenceis-vos de que fizestes o vosso dever para Comigo, que fizestes o que vos pedia, por virdes, fora de horas, tantas vezes ao fim do dia, já cheios de sono, rezar apressadamente com o pensamento noutro lado! Como estais enganados! Para vós há muito mais a fazer, e Eu quero de vós ainda muito, quase sempre tudo. Meus filhos, além da vida de trabalho que tendes, dessa correria em que andais, muitas vezes sem necessidade, ainda vos sobrecarregais com desejos, sonhos vãos, ambições, imaginações e até obrigações que tomais quando deveríeis parar, pensar que já chega o vosso trabalho, e dizer não àquilo que vos sobrecarrega, vos tira o tempo de estar Comigo, o descanso, a tranquilidade e, tantas vezes, a paz.

Aprendei, filhos, a ficar com o vosso trabalho, a fazê-lo com honestidade, com consciência, e a não vos sobrecarregardes com trabalhos suplementares, com os quais entrais numa euforia de trabalho, que vos embriaga e vos faz perder mais do que ganhar. Aprendei a ter tempo para rezar, tempo para estar Comigo. Dai-Me do vosso tempo, pois não sabeis se ainda tendes muito para dar. Não permitais, nem em nome da caridade, que a maior parte das vezes não o é, que vos tirem o vosso tempo de oração seguidamente. Por caridade, podeis dispensá-lo uma ou outra vez, mas vede bem se, nessa caridade não meteis amor próprio ou ambições pessoais. Se for só por amor do irmão que o Senhor vos manda, podeis fazê-lo, podeis atrasar a vossa oração ou até diminuí-la, mas analisai o que vos é pedido e a frequência com que esses pedidos são feitos, não se dê o caso de ser uma cilada mascarada de caridade para vos afastar da oração.

Meus filhos, vede bem o que o Senhor vos pede em matéria de dever. Isso é o que deveis fazer e não aquilo de que gostais, porque vos agrada ou porque vos promove socialmente. Cumpri os vossos deveres pontualmente e, depois, ficai em paz. Cumpri o vosso dever de oração. Esse é o dever a que mais falhais. Prestai atenção neste ponto. Imitai os pastorinhos, sempre prontos a correr para Mim, a escutar-Me, a falar-Me, sem pressas, e que só se iam embora quando Eu os despedia, quando Eu não queria mais nada. Perguntai-Me, ao fim do dia, se ainda quero alguma coisa de vós, e alegrai-vos, se sentirdes que vos digo: «Não, hoje não te quero mais nada.» Se virdes que ainda quero alguma coisa, cumpri-a, e, se vos parecer que é tarde, vede onde falhaste durante o dia para no dia seguinte poderdes a tempo e horas, fazer tudo o que é vosso dever para com Deus e para com os homens. Meus filhos, vede agora se vos podeis despedir de Mim, se fizestes tudo o que vos pedi... Olhai-Me nos olhos, vede o que falta. Fazei propósitos. Quero amanhã e todos os dias, de agora em diante, poder dizer-vos, quando forem horas de vos deitardes: Hoje não te quero mais nada.  


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Terça-feira, 03 de Dezembro de 2024










Mulher Vestida de Sol