Aos 19 de março comemoramos a Festa de São José, O Castíssimo Esposo de Nossa Senhora e o pai "adotivo" de Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. A Igreja nunca separa José de Maria e de Jesus: a leitura do Evangelho desta data aproxima os seus três Nomes sagrados. São José é o modelo perfeito do varão justo e nobre, cuja alma se eleva a Deus – forte e poderosa como o Cedro do Líbano. Igualmente é ele fiel e humilde no desempenho da tão delicada, bela e incomensurável incumbência de velar pela Sagrada Família de Nazaré. São José tornou-se o exemplo vivo das virtudes da família e das modestas tarefas quotidianas, o guarda das almas castas e o protetor dos lares cristãos. Tanto quanto é possível a uma criatura humana, ele recebeu tais dons, juntamente com o mais que sublime encargo de ser esposo da Santíssima Virgem e o pai terreno do próprio Verbo de Deus encarnado.
Homem justo, temente a Deus, José aceitou dedicar sua vida pela salvação da humanidade, como protetor do Redentor da humanidade. Nobre carpinteiro (Mt 13,55), José viveu dignamente na simplicidade de uma vida modesta e pobre, como percebemos pela passagem do Evangelho em que leva Jesus Menino ao Templo para ser circuncidado, e Maria para o ritual da purificação, e oferece como sacrifício um singelo par de rolas, algo que era permitido apenas àqueles que não tinham condições de comprar um cordeiro (Lc 2,24). Embora materialmente pobre, José era de linhagem real, da descendência do Rei Davi (Mt 1,1-16 e Lc 3,23-28). Alma pura e compassiva, mas viril; pai de família protetor e justo; homem de Fé, obediente, um amigo dos anjos que lhe falavam em sonhos. Quando lhe foi revelado em sonho o Mistério sobre a Criança que Maria trazia no ventre, imediatamente e sem questionar a tomou como esposa. Quando um anjo lhe apareceu novamente para avisá-lo do perigo que sua Sagrada Família corria, imediatamente deixou tudo o que possuía, bem como parentes e amigos, e partiu para um país estranho, onde permaneceu, aguardando pacientemente até que novamente o anjo do Senhor, no devido tempo, o instruiu a retornar (Mt 2,13-23).
Quando Jesus ficou no Templo, perdido dele e da mãe, José procurou-o com grande ansiedade, até encontrá-lo ao fim de três dias (Lc 2,48). Tratava Jesus com zelo e amorosamente, como seu próprio filho, e assim os habitantes de Nazaré repetiam constantemente em relação a Jesus: "Não é este o filho de José?" (Lc 4,22). E o Livro Sagrado diz que Jesus, o próprio Deus feito homem, o respeitava tanto que "lhe era sujeito" (Lc 2,49-51) – isto é, obedecia como um filho a seu pai legítimo. Quanta beleza nesta vida e neste modelo de homem!
Ao fim de sua jornada neste mundo, José teve a mais bela e abençoada das mortes, amparado por Nosso Senhor Jesus, de um lado, e por Maria Santíssima de outro. Quem poderia querer mais? Por isso mesmo, São José é invocado em casos de doença, junto aos agonizantes, mas também em casos de problemas familiares, além de, claro, na luta pela castidade e contra os pecados da impureza. De fato, aos outros Santos Deus concedeu o poder de proteger numa necessidade especial; mas a São José, como atesta a experiência, concedeu o ser protetor em todas as necessidades.
Até Nossa Senhora, durante uma aparição, revelou a Santa Gertrudes, a Grande, a glória de São José. Nas palavras da Santa: Eu vi o céu aberto e São José assentado em um trono magnífico. Senti-me maravilhosamente tocada quando, a cada vez que seu nome era mencionado, todos os Santos se inclinavam profundamente a ele, mostrando, pela serenidade e doçura de seus olhares, que se alegravam com ele por sua elevada dignidade.[1]
Na ladainha em sua honra é invocado como "Terror dos demônios". Sim, sem dúvida ele faz tremer o diabo. A intercessão de São José é, pois, eficaz em qualquer situação, como disse Santa Tereza D' Ávila: “Tomei por advogado e senhor ao glorioso São José e encomendei-me muito a ele... Causa espanto as grandes mercês que Deus me fez por meio desse bem aventurado Santo, dos perigos que me livrou tanto do corpo como da alma. A outros santos parece que o Senhor lhes deu graças para socorrer em determinada necessidade. Mas deste glorioso santo tenho experiência que socorre em todas... Só peço, por amor de Deus, que o prove quem em mim não acreditar e verá por experiência o grande bem que é encomendar-se a este glorioso patriarca e lhe ter devoção.” (Vida, cap. 6n.6-8)
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