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APARIÇÕES EM FÁTIMA – Contemplações sobre as palavras de Nossa Senhora (6ª Aparição - 13-10-1917)
Os textos abaixo provêm de duas origens:
- A parte DIÁLOGO COMPLETO COM A LÚCIA – Texto oficial das Aparições de Fátima, em que se apresenta o Diálogo entre Nossa Senhora e a Irmã Lúcia.
- A parte COMENTÁRIOS DA VIRGEM MARIA – Extraído do livro “AMOR DE MÃE” de Maria Stella Salvador.
6.ª APARIÇÃO - 13 de outubro de 1917
DIÁLOGO COMPLETO COM A LÚCIA
NOSSA SENHORA: Quero dizer-te que façam aqui uma capela em Minha honra; que sou a Senhora do Rosário; que continuem sempre a rezar o terço todos os dias. A guerra vai acabar e os militares voltarão em breve para as suas casas.
LÚCIA: Eu tinha muitas coisas para Lhe pedir: se curava uns doentes e se convertia uns pecadores.
NOSSA SENHORA: Uns sim, outros não. É preciso que se emendem, que peçam perdão pelos seus pecados. Não ofendam mais a Nosso Senhor, que já está muito ofendido.
COMENTÁRIOS DA VIRGEM MARIA
«Quero dizer-te que façam aqui uma capela em Minha honra; que sou a Senhora do Rosário; que continuem a rezar o terço todos os dias»
“Esta Minha última aparição foi, pelas palavras que Eu disse, o resumo de todas as outras. Aqui recapitulei, em despedida, aquilo que de importante tinha dito, aquilo em que, realmente, no seu interior, consistia a Minha mensagem para vós. Tinha pedido o terço em todas as aparições. Nesta última, como remate de todas, volto a pedi-lo, para ver se compreendeis, pela Minha insistência, a sua importância. Compreendeis agora, meus filhos, quanto Eu o quero? Compreendeis que, se eu o quero, não é para vos cansar, é porque ele é de uma importância capital para vós? Por que é que deixais as vossas ocupações sobreporem-se à vossa união com Deus? Se Lhe tirais o tempo que Lhe deveis dar, não tendes verdadeira união com Ele, tendes apenas união com os vossos interesses, para a qual vos servis da capa de todas as desculpas que imaginais e com as quais vos enganais a vós próprios.
Meus filhos, não vivais de enganos. Vivei de realidades, as realidades para as quais vim a Fátima chamar a vossa atenção, sempre tão dispersa. Disse-vos, finalmente, quem sou, apesar de todos os que realmente Me amavam já o saberem, pois os verdadeiros filhos conhecem sempre a sua Mãe. Vós sabeis que sou Rainha, Rainha do Céu, Rainha da Terra. Como tal, posso ter os títulos daquilo que Me pertence, tantos títulos quantos os poderes que o Senhor Me concedeu. Em Fátima preferi o título de Senhora do Rosário, para reforçar em vós o conhecimento de Mãe e Rainha do Rosário, porque o rosário é uma coroa que Eu tenho e que ponho nas mãos dos Meus filhos. As Minhas coroas de Rainha são joias e são armas, porque aquilo que é Meu é arma contra o meu e vosso inimigo. Em Fátima vim mostrar-vos o valor desta arma poderosa e vim dizer-vos que esta arma é uma coroa que tiro da Minha cabeça, e vos entrego, com a confiança de uma Mãe que dá uma joia a um filho na esperança de que ele a utilize bem. Não desprezeis, não malbarateis esta riqueza. Não a fecheis numa gaveta, porque a riqueza da vossa Mãe é para usar, para gastar em altos negócios, para pôr a render sem demoras, sem preguiças. Com o interesse, o cuidado, a diligência com que as pessoas, as empresas de altas finanças geram os seus dinheiros e os empregam para que rendam cada vez mais, procedei vós também com este tesouro. Reparai que, se eles passarem um dia útil sem negociar, sem movimentar os seus capitais, outros descobrem a oportunidade e lhes passam à frente, causando-lhes altos prejuízos. O mesmo acontece convosco, quando passais um dia sem mover este capital, sem descobrir negócio a fazer com ele, forma de o fazer render, coisas a adquirir. O vosso grande negócio são as almas. Se vos descuidais, o vosso inimigo apanha-vos aquilo que podíeis adquirir para Jesus. Vede, meus filhos, a responsabilidade que vos dou com este belo tesouro que vos entrego ao entregar-vos o Meu Rosário, as rosas celestes, de valor incalculável para vós, e que, tantas vezes, desperdiçais, negligenciais, passais distraidamente pelos dedos, como não teríeis coragem de fazer à vossa caneta e ao vosso papel, se estivésseis a tratar de negócios terrenos.
Ainda não percebestes, meus filhos, que aquilo para que caminhais é a vossa única razão de estar na Terra, e que tudo o que fazeis aqui se subordina a isso, devendo, por isso, ser feito com diligência e amor? Vede se entendeis que estais na Terra em caminhada para o Céu, que tudo aquilo que vos acontece, os deveres que tendes, são pela Vontade de Deus os instrumentos da vossa santificação. Por isso, deveis aceitá-los com amor, fazê-los com amor. Mas não deveis escravizar-vos a eles, viver em função deles e para eles. Em favor dos deveres que tendes, não sacrifiqueis os deveres que tendes para com Deus. Não aumenteis os vossos deveres, a ponto de vos tirarem o tempo para o vosso Criador, pois d’Ele vindes e só para Ele caminhais. Se perdeis o caminho, não O encontrareis, sereis eternamente infelizes. As coisas que tanto desejais, as coisas de que agora vos ocupais com tanto afinco, não vos acompanharão para além da Terra.
Rezai, meus filhos. Vós deveis rezar, precisais muito rezar, mesmo aqueles entre vós que já rezam ou pensam que rezam. Aceitai as Minhas palavras, todos vós. Rezai mais. Não retrocedais no caminho da oração. Avançai sempre. Rezai mais... sempre mais.”
«A guerra vai acabar e os militares voltarão em breve para as suas casas»
“Prometi que a guerra ia acabar e efetivamente acabou, porque Eu cumpro o que prometo. Aquela guerra ia acabar, porque as orações e a penitência que aquelas crianças faziam, e que levavam outros a fazer, eram como chuva lançada sobre o fogo. Se todos vós rezásseis mais, com mais amor, mais intenção, as guerras do vosso mundo terminariam igualmente. Mas porque não rezais, os ódios acumulam-se em privado e em público, nas vossas casas, nos vossos empregos, até entre pessoas que não se conhecem. Há ódio nas famílias, nos locais de trabalho e até em lugares de oração. Esse ódio, acrescentado à ambição daqueles que têm o poder, faz estalar as guerras privadas e as guerras entre os povos.
Tenho muito poucos filhos que rezam verdadeiramente e que vivem como rezam e o que rezam. Muitos de vós dizem que rezam, mas apenas dizem palavras que não acompanham nem com a mente, nem com o coração, nem com a vida. Já Jesus vos disse: «De que vos serve dizer Senhor, Senhor, se não fazeis a Vontade de vosso Pai que está nos Céus?» Se ao menos o vosso «Senhor, Senhor» fosse para implorar misericórdia para vós, pelos vossos pecados, ainda vos valia, mas normalmente rezais porque vos sentis bem a rezar, ou porque considerais uma obrigação que até vos é grata. Sim, meus filhos, rezar é uma obrigação que tendes, mas a primeira obrigação é projetardes a oração na vossa vida e cumprirdes nela a Vontade de Deus. Não rezais bem se deixais que em vós cresçam pensamentos de ressentimento contra o vosso próximo. Não rezais bem se deixais florescer a vaidade na vossa vida, vaidade pelo que fazeis, pelo que rezais, pelo que tendes, pelo que vestis. Não rezais bem se vos apresentais vestidos de forma imodesta, expondo o vosso corpo aos olhares cobiçosos de qualquer. Nunca rezareis bem se não rezardes com humildade, se não souberdes reconhecer os vossos erros, se vos tornais fatores de quedas, de pecados, de maus pensamentos do vosso próximo. É por isso que há muita oração sem efeito, porque fica afogada no vosso pecado, no vosso orgulho, no vosso ressentimento, na vossa vaidade, na vossa imodéstia. Com tanto peso em cima, meus filhos, a vossa oração não pode subir.
Há, realmente, muito pouco quem reze e cuja oração suba e realize a tomada daquilo que pretende junto do Altíssimo. A oração, feita com pureza e humildade, sobe e apossa-se daquilo que quer. A oração que fazeis, carregada com os pecados com que pactuais livremente, dos quais até, muitas vezes, fazeis gala, cai no chão. É uma oração pesada, que não tem força para subir. Por isso, não conseguis o que quereis, o que pedis. Meus filhos, prestai atenção! Se quereis a paz, tereis a paz, mas tereis, em primeiro lugar, de pedir, com as vossas almas pacificadas de maus desejos, de ambições, do próprio querer, que tão bem sabeis impor a tudo e a todos. Tereis de rezar com humildade, reconhecer que sois fracos, limitados, que sabeis pouco ou nada, mesmo daquilo que julgais saber. Só rezando com alma de criança chegareis com sucesso ao Coração do Pai. Quantas vezes pensais que sabeis coisas e tentais impô-las ao vosso próximo! Meus filhos, tudo o que sabeis nada é. Não queirais saber nada senão aquilo que Jesus vos ensina. É só para Jesus que Eu vos aponto, meus filhos. É só para Ele que vos guio, porque Ele é a vossa salvação e a vossa recompensa final. Se soubésseis o que é estar com Jesus no Céu, largaríeis imediatamente todas as vossas vaidades e pontos de vista para vos virardes unicamente para Ele, para poderdes estar com Ele e levar para Ele o maior número de almas que vos fosse possível, por amor d’Ele que as quer, e por amor delas, porque lhes desejaríeis dar todo o bem.
É justamente esse o motivo que Me fez vir a Fátima. Vim por amor de Jesus, a quem desejo dar-vos. Vim por vosso amor, para que não vos percais nos caminhos cada vez mais difíceis do vosso mundo. Meus filhos, não vos prometo facilidades. Eu própria não as tive. Prometo acompanhar-vos, guiar-vos, ensinar-vos a viver e a rezar. Prometo-vos a paz. Prometo-vos o Céu. Prometo-vos Jesus.”
«Uns sim, outros não»
“Sim, meus filhos, uns sim, outros não. Não poderei tratar todos vós da mesma forma, embora vos ame a todos com o mesmo Amor de Mãe. Já Jesus vos disse: «Onde estiverem duas mulheres moendo juntas, uma será tomada e a outra deixada.» Isto é porque os vossos corações são diferentes nos seus quereres e nos seus sentimentos. Não posso tratar da mesma forma um filho que quer e um que não quer, embora, por vezes, o dissimule. Não posso tratar do mesmo modo um filho que ama e um filho que não ama, embora possa fingir que ama. Não esqueçais que, se com facilidade podeis enganar os vossos irmãos, não podeis, de forma alguma, enganar o vosso Deus, que penetra inteiramente no vosso querer, no vosso sentir, naquilo que fazeis e no que pensais. É na Sua luz que Eu vejo em vós e que sei como devo tratar a cada um. Não vos adianta fingir, meus filhos, pelo menos nada vos adianta diante de Mim, por muito que vos pareça adiantar junto dos vossos irmãos. Gostaria de fazer muito por todos vós! Oh! Quanto Eu gostaria! Por isso vos procuro tanto, para ver se consigo fazer-vos entender aquilo que é realmente importante para vós; para ver se consigo desviar-vos das futilidades do mundo e levar-vos a modificar, a emendar as vossas vidas. É com dor que vejo que só alguns querem, realmente, fazer aquilo que vos aconselho, que só alguns querem emendar-se e fazem esforços nesse sentido. É com dor que vejo que tantos preferem ficar nas suas opiniões, naquilo que pensam, naquilo que julgam saber, nas suas vaidades, nos seus processos para alcançar coisas do mundo, até a nível de poder espiritual.
Meus filhos, sabei que se quereis realmente emendar-vos e por vossa fraqueza não o conseguistes ainda, mas sabeis reconhecê-lo e procurais por em prática aquilo que vos ensino, essa vossa fraqueza, para Mim, só conta no aspecto de que terei de vos ajudar ainda mais, pois sois filhos pequeninos e fracos. Sereis contados no grupo daqueles em que Eu poderei, sim, fazer aquelas coisas que Me pedem, porque delas precisam, realmente. É com muita alegria, muito amor, que o farei. Por vós, arrancarei até milagres a Jesus. Sois os Meus filhos queridos e, se quereis emendar-vos, nada vos arrancará dos Meus braços de Mãe, que vos apertam e vos defendem, como qualquer mãe faz a seu filho. Mas Eu não sou qualquer mãe. Eu sou a Mãe poderosa, porque Me sirvo do poder de Jesus em vosso proveito. Se Me recusais, só perdeis, vós próprios. Jesus põe o Seu poder à Minha disposição. Uso-o em proveito dos Meus filhos e, quanto mais fracos, mais poder Eu ponho em ação, por vós e para vós. Mas se podeis, se sabeis, se quereis, se possuís, não precisais de Mim. Neste caso, não posso ajudar-vos, porque vós já tendes tudo. Meus pobres filhos, na realidade sois os mais pobres, porque não podeis, não sabeis, não quereis emendar-vos, e não possuís coisa alguma que possa ajudar-vos, na vossa arrogância, na arrogância do vosso querer, do vosso entender, e na arrogância dos vossos gostos. Sois realmente aqueles por quem eu não posso fazer nada. Como tenho pena de vós! Como sangra de dor o Meu Amor de Mãe!
Procuro-vos, Meus filhos, incessantemente. Não é tarde! É a hora exata, a vossa hora, a hora de Jesus para vós. Não a deixeis passar. Por muito que vos custe, humilhai o vosso querer, o vosso saber. Aceitai que vos ensine, aceitai a humildade de Jesus pobre, de Jesus pequeno, de Jesus operário, caminhante, sofredor, atraiçoado, troçado, ferido, crucificado. Aceitai crucificar as vossas ideias mundanas. Aceitai crucificar os vossos quereres, o vosso “eu”, as vossas comodidades, vaidades, prazeres. Aceitai ficar junto de Mim, com Jesus Menino, para que, como a Ele, Eu vos ensine a falar, a andar, a viver. Jesus abençoará o vosso esforço, sorrirá para vós e tereis a felicidade de caminhar na vida pela Minha mão, de passar para o lado de cá diretamente para os Meus braços e ser por Mim introduzidos no Céu, onde Ele vos espera e Eu vos espero, com cuidado atento, amoroso, de Mãe que vê mais que as vossas mães, que pode mais que elas, que ama mais que elas. Do Meu Coração brota para vós todo este Amor. Não o desperdiceis. Correspondei porque o tempo passa. Para muitos de vós já é pouco. Não sejais descuidados. Não deixeis que o mundo e o vosso inimigo tapem os olhos da vossa alma, que Eu prometo abrir para a luz.
Meus filhos, segui a luz que vos aponto. A luz indica Jesus, indica o Céu, porque o Céu é Deus, porque Deus é o Céu. Que posso mais fazer por vós, meus filhos? Tudo farei se mo deixardes fazer, pela vossa vida de aceitação e de humildade. É na humildade que vos deveis aproximar de Mim. Espero-vos em pobreza, em humildade, em aceitação, e tudo farei por vós.”
«É preciso que se emendem, que peçam perdão pelos seus pecados»
“Meus filhos, como está a vossa noção de pecado? Tendes, atualmente, uma mentalidade tão elástica que se adapta a todas as formas de vida e maneiras de viver, sem que coisa alguma vos admire. Tudo vos passa despercebido, tão acostumados estais a ver situações pecaminosas, na vida corrente. Isso tornou-se para vós algo de vulgar, tão vulgar que não reparais se é pecado ou não. Sabeis, afinal, o que é pecado? Pecado é tudo aquilo que ofende o Senhor, tudo o que vai contra os Seus Mandamentos e contra os Mandamentos da Igreja. O pecado não deixa de ser pecado porque muitas pessoas o fazem. Isso não é desculpa para nenhum de vós e, no entanto, é com essa frase que tentais desculpar as vossas imodéstias, a vossa linguagem desbragada, as vossas omissões, a imoralidade em que tantas vezes viveis. É pecado vosso, todo o pecado que os outros cometem por vossa causa. Não digas que não tendes responsabilidade naquilo que o vosso próximo faz, porque ele não o faria se vós não dissésseis aquelas coisas, se não olhásseis dessa maneira, se não vestísseis dessa forma, se não fizésseis isso que fazeis.
Atualmente passais uma esponja sobre a palavra pecado. Procurais ignorá-la, envergonhais-vos dela, como um adulto se envergonharia de acreditar em contos de fadas. Pensais que não se usa, que é palavra do século passado, de pessoas antiquadas, atrasadas em civilização. Não vedes que, ao perderdes o sentido de pecado, perdeis, vós próprios, o sentido de civilização e passais a comportar-vos como selvagens uns com os outros. É esse o grande laço, a armadilha em que o vosso inimigo prende muitos dos Meus filhos. Vós também estais lá presos?
Se pensais que o pecado não existe, que é um sinal de atraso ou de velhice, estais presos na armadilha e não conseguireis de lá sair sem fazerdes tudo o que vos aconselho. Meus filhos, se sois do grupo para o qual pecar é somente roubar, matar, talvez praticar adultério, estais também presos, bem seguros, no laço do inimigo, que consiste justamente em vos cegar para não o verdes. Meus filhos, para muitos de vós, já nem o aborto é pecado, mas apenas uma necessidade social. Como estais mal, meus filhos, mal principalmente porque já nem vedes o vosso mal, tão acostumados estais a chafurdar na lama que o mundo vos apresenta. É disso tudo que é preciso emendar-vos. É disso tudo que é preciso pedir perdão, se quereis seguir pelo caminho do Senhor, se quereis ser ouvidos, atendidos nas vossas orações. Filhinhos, por muitos pecados que tivésseis, se vos quisésseis emendar, se pedísseis perdão, estaríeis no caminho certo. Mas o que Me preocupa a vosso respeito é o descuido com que caminhais, é esse raciocinar, esse pensar que isto agora já não tem importância, porque os tempos são outros. Vós, que assim pensais, estais num caminho muito perigoso, escorregadio. Estendo-vos a mão para vos tirar dele. Aceitai-a, meus filhos, antes que seja tarde demais.
Quando tiverdes dúvidas sobre alguma coisa, se está certa ou não, pensai se Eu a faria. A vossa sã inteligência mostrar-vos-á a resposta. Se achais que Eu não o faria, não o façais também, pois os filhos verdadeiramente filhos imitam as suas mães, e guiam-se pela sua forma de proceder. Imitai-Me, meus filhos, e estareis no bom caminho, no caminho da virtude, no caminho do Céu. Abençoo os vossos esforços.
Sou a Mãe que vos avisa, vos ajuda, porque vos ama e vos quer levar, um dia, para casa, para a Casa do Pai, livres de todos os perigos. Confiai em Mim e guiar-vos-ei ao caminho certo, que vós não sabeis quanto durará, qual a sua extensão, mas vos levará, sem dúvida, à felicidade.”
«Não ofendam mais a Nosso Senhor,que já está muito ofendido»
“Meus amados filhos, gostaria de fazer-vos penetrar na mágoa do Meu Coração quando pronunciei estas palavras. Fiz-vos com elas o maior pedido que vos posso fazer, aquele que o Meu Coração mais deseja: que deixeis de ofender o Senhor. Meus filhos, a vossa ignorância religiosa é muito grande. Deveis, se quereis realmente agradar-Me, procurar instruir-vos nessa matéria. Deveis estudar os Mandamentos, deveis ler as Sagradas Escrituras, deveis procurar saber o que a Igreja determina no que diz respeito aos sacramentos, e não aceitar todas e quaisquer ideias modernistas, que se espalham, apoiadas por facilidades que apontam e acabam por se tornar despercebidas, omitindo um ponto ou outro, dizendo que é para facilitar e acabando por se transformar em abusos e sacrilégios. Deveis tomar atenção ao respeito que deveis ao vosso próximo, não o tornando alvo das vossas críticas, sejam quais forem os seus defeitos. Meus filhos, criticar o próximo desagrada e ofende sempre o Senhor, porque o vosso próximo, mesmo com faltas, com fraquezas, é Seu filho muito querido, que vós deveis ajudar e não criticar.
Aconselho-vos, quando virdes defeitos em alguém e vos apetecer criticar, não o façais, antes rezeis por essa pessoa. Muito menos deveis tratá-la com dureza, envergonhá-la, dizer-lhe coisas desagradáveis, mostrar-vos zangados, porque tudo isso ofende o Senhor, mesmo que essa pessoa vos tenha feito sofrer e acheis que tendes razão. Se tendes deveres de educação, deveis repreender em segredo, com amor, como Eu faço convosco que, apesar de muito Me fazerdes sofrer com as vossas faltas de delicadeza, com os vossos esquecimentos, com os vossos pecados, nunca vos digo palavras duras. Deveis, meus filhos, ter atenção à modéstia de vida, fugir das vaidades, do desejo de possuir, da ambição de mandar, do desejo das honras. Tudo isso, por muito que agrade à natureza, leva ao pecado e ofende a Deus. Prestai atenção à modéstia das roupas. Muitos de vós ofendeis o Senhor pelas roupas que vestis. Dizer que é moderno não é desculpa, pois nem tudo o que é moderno é bom. Minhas filhas, é mau, muito mau, que andeis a exibir os vossos corpos, chamando a atenção para as suas formas e, dessa maneira, tornando-vos motivo de tentação para muitos, tentação a que eles, por vezes, acabam por ceder em pensamentos ou obras. E tudo começou porque olharam para vós. É vossa responsabilidade. É como que pactuar com aquele que tenta. Dizei-Me, por que é que as modas passam, e a moda que tenta permanece e torna-se, cada ano, mais provocante? Apenas para se impor, para vos acostumar às suas manifestações, para que ninguém ouse levantar contra ela a sua voz. Mas Eu, meus filhos, que sou vossa Mãe, levanto a Minha voz e desmascaro-a. Essa moda tentadora, a que vos vindes acostumando, é obra do Meu inimigo, do inimigo que vos quer perder, que vos tenta por todos os modos, que agora, com a beleza, quer cegar os vossos olhos. Não façais o seu jogo, minhas filhas! Deixai lá as modas! Vesti decente, mas modestamente. Fugi à exibição dos corpos, mesmo que tal vos pareça bonito. Lembrai-vos de que caminhais para a eternidade, que não sabeis o tempo que tendes na Terra para a preparar, nem aquele que tereis para vos arrependerdes. Lembrai-vos de que a felicidade eterna é a coisa mais importante para vós e que para a eternidade não levareis modas, mas sim pureza de vida.
Meus filhos, é com muita mágoa que vejo entrar corpos despidos nos Meus santuários. Essas pessoas que assim se apresentam nada lá vão fazer senão magoar-Me e ofender o Senhor. Quando falo em corpos despidos, não Me refiro a integralmente despidos. Sabeis que ainda não chegastes a isso. Refiro-Me a pedaços de corpo que deviam estar cobertos e não estão. Achais que, se Eu estivesse agora na Terra, Me vestiria assim? Procurai os Meus olhos e dizei se conseguis imaginar-Me vestida com as vossas modas de saias curtas, transparências, decotes grandes e roupas cingidas. Minhas filhas, escutai-Me! Não ofendais mais ao Senhor com essa forma de vestir!
Prestai também atenção aos locais que costumais frequentar, às companhias que tendes, aos espetáculos que vedes. Vede que nem todas as companhias são boas, e algumas levam-vos com a sua conversa a acompanhar as suas ideias. Muitos têm perdido muito de si, desde a pureza até à fé, por causa das companhias que frequentam. Vede bem se os vossos amigos estão do meu lado, porque se não estão, mais vale que vos afasteis deles do que venhais a cair no mesmo buraco.
Abri os vossos olhos para as ditas facilidades que vos prometem em certos lugares. Isso não são facilidades, saída de problemas, são ocasiões de pecado para vós, porque é pecado tudo aquilo que se faz em lugares onde está o espiritismo ou qualquer forma de magia. Meus filhos, é vossa Mãe que vos diz, tudo isso é obra do Meu inimigo, mesmo que, aparentemente, aí vejais rezar. Tende atenção a religiões paralelas. Não vos deixeis seduzir pela bondade, pela sabedoria, por alguns dotes mais ou menos vistosos de certas pessoas. Já Jesus vos disse: «Se vos disserem que Cristo está aqui ou ali, não acrediteis.» Meus filhos, Cristo está na Sua Igreja, na vossa Igreja. Amai-a, pois ela é a barca da vossa salvação. Se saís dela, afundais-vos nas ondas. Se vos parecer que um ou outro marinheiro desta barca não está a proceder bem, isso não é motivo para sair de lá e vos afogardes. Deixai cada um com os seus defeitos e rezai por todos, principalmente por esses que vos escandalizam. Filhos queridos, vinde a Fátima quando puderdes, mas vinde para rezar, não para passear e fazer compras. Vinde a Fátima fazer o vosso exame de consciência e prometer-Me mudança de vida. Vinde a Fátima com amor, por amor de Mim, que do Céu vos olho e Me preocupo convosco. Preocupai-vos com o que vos digo, com o que vos peço, pois causa-Me muita tristeza que ofendais o Senhor. Não sabeis, Meus filhos, quanto Ele vos ama, e quanto a Sua Santidade é infinita, para assim O ofenderdes.
Arrependei-vos e mudai de vida. Não falo só para aqueles que estão afastados, mas também para aqueles que já estão nos caminhos do Senhor. Mudai de vida, todos vós, pois todos tendes bastante que mudar, que reformar, num ou noutro ponto. Vim a Fátima dizer-vos quanto vos amo, pedir-vos que mudeis de vida, que deixeis de ofender a Deus, e apontar-vos as formas de o conseguirdes, de vos salvardes, de serdes felizes. Sou a Mãe que vos ama. E vós, amais-Me? Se Me amais, segui os Meus conselhos, fazei o que vos digo. Do Céu olho para vós constantemente e vejo o que fazeis. Não Me contristeis, se Me amais. Rezai o vosso terço, que Me dais com ele muita alegria. Procurai viver uma vida simples, ser bons, cumprir a lei de Deus e ser humildes. Esse é o caminho que Eu segui, é o caminho onde vos espero. O Meu Coração inclina-se para vós. Inclinai-vos para Mim, porque vos quero abençoar. Meus filhos, Eu vos abençoo. Os Meus braços estão estendidos para vós. Lançai-vos neles, e eles vos levarão ao Céu.”