(O sermão explicativo do arcebispo de Nova Orleans)
O Sagrado Coração de Jesus foi posto para proteger a casa. E resistiu ao furacão Katrina, Nova Orleans, EUA, 2005.
“Tenho pregado nas paróquias locais, disse o arcebispo, e venho dizendo que somos responsáveis perante Deus não apenas pelas nossas ações pessoais, referiu na oportunidade o site LifeSiteNews.
“Somos também cidadãos de uma nação, e no Antigo e Novo Testamentos está dito que somos co-responsáveis pela sua moralidade.
“Como cidadãos, somos responsáveis pela atitude da nação em questões sexuais, pelo desrespeito aos direitos da família, pelo uso de drogas, pela morte de 45 milhões de crianças abortadas, pelo procedimento escandaloso de alguns sacerdotes.
“Portanto devemos compreender que certamente Deus tem o direito de castigar.
“Se me perguntarem se Deus tinha conhecimento dessa que foi a maior tempestade em nosso país, direi que certamente Ele a permitiu.
“Negá-lo, seria uma tolice tão grande quanto afirmar que Henry Ford não conhecia como funciona o automóvel”.
Estas graves e transcendentes lições religiosas foram dadas por Mons. Philip M. Hannan, de 92 anos, arcebispo emérito de Nova Orleans (EUA), em declarações à TV local. Ele esteve à frente da diocese durante 23 anos. Agora é diretor da rede católica WLAE TV e Focus Worldwide TV. Ele é tão respeitado na cidade, que foi chamado de “o Papa de Nova Orleans”. Mons. Hannan ficou na cidade durante e após o furacão Katrina, e dedicou-se a socorrer vítimas e visitar as igrejas devastadas. Segundo ele, o povo “está começando a reagir, afinando com a moral". Quando ele pregou a noção de castigo, num domingo em Mandeville, diante de 1.000 fiéis, “o povo aplaudiu intensamente. Eles queriam que lhes fosse dita a verdade.
Em frente da catedral São Luís, Jesus atraiu as árvores que caiam e até perdeu um dedo, Katrina, Nova Orleans, 2005.
“Atingimos um grau de imoralidade nunca visto, e o castigo foi o Katrina.
“Devemos contar à nossa posteridade como ele foi terrível, para que ela entenda que se tratou de um castigo, o qual deve melhorar nossa moralidade.
“Eu penso que nos corresponde pregar muito fortemente, sinceramente e diretamente que isto foi um castigo de Deus.
“Deus nos deu direitos e tudo o mais. Mas também nos deu deveres. Nós temos que prestar atenção neste castigo. [...]
“Para quem lê seriamente as Escrituras, não há como escapar disso. Todos os que eu conheço, sacerdotes e bispos, acreditam nisso também”.
No arvoredo de um jardim atrás da catedral de Nova Orleans há uma bem conhecida imagem do Sagrado Coração de Jesus com os braços abertos. As árvores foram arrancadas de vez, mas a imagem ficou miraculosamente em pé. Só perdeu dois dedos, logo recuperados e entregues ao arcebispo emérito.
“Os protestantes ficaram muito impressionados pelo fato de que as árvores caindo não a tivessem derrubado”, explicou o prelado. Nessa proteção surpreendente pôde-se apalpar mais uma vez que a mão de Deus guiou o arrasador furacão. Silenciar o castigo divino é gravíssima omissão
Em Fátima, em 1917, Nossa Senhora veio pedir penitência, e até chorou miraculosamente pelo mundo em Nova Orleans, em 1972, por meio de sua imagem. Pregações destemidas e seriamente fundadas nas Escrituras, como a de Mons. Hannan, atendem ao apelo lancinante de Nossa Senhora. Também vão ao encontro das necessidades das almas sinceras, predispondo-as a mudar de vida e rumar para o Céu. Entretanto, não se pode dizer o mesmo daqueles que — leigos, sacerdotes e até altos prelados —, nessas circunstâncias, timbram em pregar que o bom Deus jamais pune. Para onde levam eles as almas?
Seria natural que a mídia, sobretudo a mídia católica, desse proporcionado espaço a declarações como essas, indispensáveis aliás para interpretar o que houve. Mas fez-se um silêncio como que universal. Da participação de Deus nesse flagelo, nada foi dito. Nossa Senhora das Graças não foi levada pelas águas que destruíram Nova Orleans.
A imoralidade generalizada e sistemática segue se espraiando sobre a Terra, e a “fumaça de Satanás” – para empregar os termos de Paulo VI – não cessa de penetrar na Santa Igreja. A pregação do arcebispo emérito de Nova Orleans por certo há de ficar inscrita nos anais da História da Igreja, por sua oportunidade e veracidade. A imprensa americana fez frequentes alusões à dimensão bíblica da tragédia.
O presidente do Conselho de Nova Orleans, Oliver Thomas, após ouvir uma comparação da situação dos costumes da cidade com os de Sodoma e Gomorra, confidenciou: “talvez Deus vá nos purificar”.
Santo Afonso Maria de Ligório redigiu sermões para serem pregados em tempos de grandes calamidades. Num deles diz: “Alguns veem os castigos e fingem não vê-los. Outros ainda, diz Santo Ambrósio, não querem ter medo do castigo se não veem que já chegou. Irmão meu, quem sabe se esta é a última chamada que Deus te faz”.
Quando o pecador reconhece a sua culpa e glorifica a Justiça divina, atrai sobre si as doces e inefáveis torrentes de misericórdia de Nossa Senhora.
Porém, quando se torna indiferente ao castigo, só atrai maiores e mais terríveis punições.
Portanto, a culpa do acontecido não pode ser posta em Deus, mas sim no pecado e na impenitência dos homens.
Mas, as imagens intactas, ou quase, estão aí para nos ensinar que Ele nunca nos abandona até mesmo na hora dos mais impressionantes castigos que Ele envia para nos corrigir e salvar.