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Semana Santa: O amor à Cruz na vida de hoje

Por Prof. Plinio Corrêa de Oliveira

 

Trecho de A Imitação de Cristo:


A muitos parece dura esta palavra: “Renuncia a ti mesmo, toma a tua cruz e segue a Jesus Cristo.” [Mateus 16,24] Muito mais duro, porém, será de ouvir aquela sentença final: “Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno.” [Mt 25,41]

Pois os que agora ouvem e seguem, docilmente, a palavra da cruz não recearão então a sentença da eterna condenação. Este sinal da cruz estará no céu, quando o Senhor vier para julgar. Então todos os servos da cruz, que em vida se conformam com Cristo crucificado, com grande confiança chegar-se-ão a Cristo juiz.
“Por que temes, pois, tomar a cruz, pela qual se caminha ao reino do céu? Na cruz está a salvação, na cruz a vida, na cruz o amparo contra os inimigos, na cruz a abundância da suavidade divina, na cruz a fortaleza do coração, na cruz o compêndio das virtudes, na cruz a perfeição da santidade. Não há salvação da alma nem esperança da vida, senão na cruz. Toma, pois, a tua cruz, segue a Jesus e entrarás na vida eterna.

O Senhor foi adiante, com a cruz às costas, e nela morreu por teu amor, para que tu também leves a tua cruz e nela desejes morrer. Porquanto, se com ele morreres, também com ele viverás. E, se fores seu companheiro na pena, também o serás na glória” (Capítulo 12, “Da estrada real da santa cruz”).
 

Comentários do Prof. Plinio:


São conselhos de grande elevação de espírito e sempre oportunos, pois o homem tem verdadeiro horror ao sofrimento. Mas eles têm uma aplicação especial para nós em relação ao amor da cruz hoje. Isso porque estamos vivendo uma época em que Nosso Senhor está passando pela Via Sacra mais do que em qualquer outra época da História. Ele sofreu o que sofreu durante Sua Paixão em grande parte por causa da situação da Igreja Católica hoje.

Portanto, se nesta época não tivermos um verdadeiro sentido de reparação, um verdadeiro sentido de compaixão por Nosso Senhor e Nossa Senhora que nos leve a decidir aceitar todas as cruzes que nos são enviadas, e até buscar sofrimentos quando não vem até nós, então estamos fora do caminho correto e não entendemos o tempo em que estamos vivendo.

Era um bom costume na Península Ibérica e noutros países europeus que, durante as procissões da Semana Santa com a imagem do Senhor Morto associações de penitentes seguissem a procissão com os seus membros se flagelando, por vezes até ao ponto de tirar sangue. Refletia um profundo sentimento de solidariedade com a Paixão de Nosso Senhor. Porque se Aquele que era a própria Inocência foi flagelado por amor ao pecador, o pecador deveria seguir esse mesmo caminho para reparar os seus próprios pecados. Se não somos capazes de nos flagelar fisicamente, devemos aceitar as flagelações espirituais, sofrimentos espirituais que a Divina Providência nos permite receber.

Então, quem não sofre vendo esta nova Paixão de Nosso Senhor e Nossa Senhora não está acompanhando bem o que está acontecendo em nossos tempos. A alma tíbia, aquela que não simpatiza com a Igreja Católica, não pode pretender ser um bom membro do Corpo Místico de Cristo. O significado fundamental da compaixão, cum passio, (com a paixão), é compartilhar os sofrimentos do outro. Ter compaixão pela Igreja nesta hora dramática que atravessa é um elemento fundamental da nossa vida espiritual.

Quem assiste à tragédia atual da Igreja – uma tragédia apocalíptica – e não sofre, assume uma posição semelhante a um homem que teria visto Cristo passando na Via Sacra e dito: “Pobre homem, Ele está carregando um Cruz pesada. Mas tenho outras coisas para fazer além de pensar Nele.”

Hoje devemos pedir a graça de uma verdadeira compaixão pela Igreja, para que cada sofrimento infligido à Igreja seja experimentado por nós em nossas almas.

 

Fonte: https://www.traditioninactiondobrasil.org/religious/308-Cross_PCO.htm

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Quarta-feira, 27 de Novembro de 2024










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