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DIFAMAÇÃO - O TERRÍVEL PECADO DA LÍNGUA

 

A DIFAMAÇÃO É, GERALMENTE, UM PECADO TERRÍVEL que tem sido a causa de muitas almas serem lançadas no Inferno, embora às vezes possa ser apenas um pecado venial. É a DIFAMAÇÃO (ou Detração), outro dos pecados da “famosa” língua.

Ó praga infame e universal que causa a morte de tantas almas!... Em quão graves males e profundos precipícios caem as pessoas que não refreiam sua imaginação e sua língua (e se põem a difamar). Para muitos, seria melhor se nunca tivessem nascido.

QUERIDOS LEITORES, PARA CONHECER MAIS SOBRE ESSE PECADO da Difamação e passar a odiá-lo, para que não caiamos nele, vejamos os seguintes pontos:

- O que é a Difamação?

- Qual é a gravidade desse pecado?

- Quando se trata de um pecado mortal e quando se trata de um pecado venial?

- Como a reputação deve ser restituída?

- Em algum caso é lícita a Difamação?

- Como peca aquele que ouve a Difamação?

 

O QUE É DIFAMAÇÃO?

Lembremo-nos de que há várias maneiras pelas quais podemos ofender nosso próximo com nossas palavras:

1) Se as palavras maldosas prejudicam a honra do próximo, o pecado é chamado de CONTUMELIA (quando alguém insulta o outro na cara dele).

2) Se as palavras prejudicam a prosperidade do próximo, o pecado é chamado de MALDIÇÃO (quando alguém, com suas palavras, deseja o mal ao próximo; exemplos: que ele morra, que fique doente, que se saia mal nos negócios, etc.).

3) Se as palavras prejudicam a reputação de outra pessoa, então o pecado é chamado de DIFAMAÇÃO (ou Detração).

DEFINIÇÃO: DIFAMAÇÃO é a injusta denigrição da reputação de outra pessoa, feita na ausência da pessoa que está sendo difamada.

DIVISÃO: a Difamação se divide principalmente em duas:

a) DIFAMAÇÃO SIMPLES - É quando se manifesta, sem justa causa, um pecado ou vício oculto do próximo; este pecado ou vício é real.

b) CALÚNIA - é quando se imputa falsamente ao próximo algum pecado ou crime. A calúnia lhe agrega a Difamação simples o fato de também dizer uma mentira, e às vezes tão perniciosa, que prejudica muito a reputação do próximo.

A difamação também pode ser direta ou indireta:

- DIFAMAÇÃO DIRETA, quando o pecado ou vício de outrem é claramente narrado; (EXEMPLO: o difamador diz expressamente: “Repare que fulano, outro dia, saiu com um homem casado”.

- DIFAMAÇÃO INDIRETA, quando o pecado ou vício de um vizinho não é claramente manifestado, mas apenas insinuado, o que pode ser feito não apenas com palavras, mas também com gestos; EXEMPLO: o difamador diz: “repare que na outra noite, fulana chegou em casa muito tarde, sabe-se lá o que estava fazendo”.

Também é difamação indireta quando as boas qualidades de outra pessoa são negadas ou diminuídas. Essa difamação indireta é, às vezes, mais maliciosa do que a difamação direta, pois há expressões que são muito prejudiciais à reputação de outras pessoas:

EXEMPLOS:

- E com isso eu lhe digo que não lhe conto tudo, não é?”

- “Ah, se eu pudesse lhe contar tudo o que sei.”

- “Sim, fulano é piedoso, mas...”

 

QUAL É A GRAVIDADE DESSE PECADO DE DIFAMAÇÃO?

A difamação é um pecado contra a justiça, pois o homem tem todo o direito à sua reputação.

SE ESSE PECADO FOR COMPARADO COM OUTROS, os autores dizem que esse pecado de difamação é menos grave do que o assassinato e o adultério, mas que é um pecado mais grave do que o roubo, pois, como diz a Sagrada Escritura: “Melhor é para o homem o bom nome do que as muitas riquezas” (Prov. 22:1).

ALÉM DISSO, ESSE PECADO DE DIFAMAÇÃO CAUSA GRANDE DANO AO BEM COMUM DA SOCIEDADE, pois o bem comum exige que as más ações do próximo não sejam reveladas, a menos que haja motivo suficiente; pois se fosse lícito a todos revelar os pecados ocultos dos indivíduos, surgiriam muitas brigas, inveja e ódio, e portanto a paz e a tranquilidade das famílias e de toda a sociedade seriam perturbadas.

Nas Sagradas Escrituras, há muitas passagens em que Deus nos fala contra esse pecado e diz que os difamadores são odiosos para Deus e para os homens (Prov 24.9) e que serão excluídos do Reino dos Céus. E somos advertidos contra esse pecado: “Guarda-te para que não escorregues no teu falar, para que a tua queda não seja mortal e incurável (Ecl. 28:30)”.

Nos Salmos, o rei Davi, falando dos difamadores, exclama o seguinte: “Sua garganta é um sepulcro aberto, com suas línguas maquinam continuamente o engano; julga-os, ó meu Deus” (Salmos 5:11).

E São Paulo faz entrar esse pecado da difamação (maledicência) entre os maiores crimes que excluem do Reino dos céus: “Nem os fornicadores, nem os adúlteros, nem os maledicentes, possuirão o reino de Deus” (I Cor. 6,9-10).

E O QUE DIZEM OS SANTOS PADRES sobre esse pecado da difamação? Bem, eles o consideram como uma abominação e como uma obra do demônio. Somente SÃO BERNARDO diz que o Difamador, com a espada de sua língua, mata três almas de um só golpe: mata a sua própria alma, mata a alma que o ouve, e mata a alma do pobre difamado.

 

QUANDO É PECADO MORTAL E QUANDO É VENIAL?

Para determinar a gravidade do pecado, três aspectos devem ser considerados:

a) A gravidade do pecado ou defeito que está sendo revelado.

b) A condição e a dignidade da pessoa difamada.

c) A eficácia da difamação.

 

a) A gravidade do pecado ou defeito que se está revelando.

- Se for dito um pecado grave de outra pessoa, o pecado será normalmente mortal.

- Se se revela um pecado leve, normalmente o pecado será venial.

Exemplos:

- Se alguém sair por aí dizendo que fulano é adúltero, homossexual, viciado em drogas, estuprador, ladrão, isso prejudica muito a reputação do próximo e, portanto, o pecado normalmente será mortal.

- Se alguém sair por aí dizendo que fulana é preguiçosa, que ela é mal-humorada, imprudente, indócil, isso normalmente não prejudica muito a reputação do próximo, por isso o pecado normalmente será venial.

b) A condição e a dignidade da pessoa difamada.

Se uma pessoa de certa dignidade estiver sendo difamada, mesmo que apenas um pequeno pecado em si seja revelado, pode chegar a ser um pecado mortal:

Exemplo: - Dizer que um bispo ou padre é mentiroso, o pecado pode facilmente se tornar mortal.

c) A eficácia da difamação

Em outras palavras, é necessário ver quanto dano é causado à pessoa que está sendo difamada; e para medir esse dano, é necessário considerar: quem está difamando e quem está ouvindo.

- Se a pessoa que está difamando é uma pessoa de certa dignidade, prudência e autoridade, sua difamação causa mais danos do que se fosse feita por uma pessoa de qualidades inferiores. Por isso, a difamação feita por uma pessoa de grande autoridade é mais grave.

- Além disso, é um pecado mais grave revelar coisas a pessoas loquazes e fofoqueiras do que revelá-las a pessoas prudentes e sérias.

- Da mesma forma, é mais grave revelar o pecado a várias ou muitas pessoas do que a uma só pessoa.

É necessário distinguir se se trata de calúnia ou de simples difamação.

O CALUNIADOR É OBRIGADO A SE RETRATAR DO QUE DISSE, mesmo em detrimento de sua própria reputação, porque a reputação do inocente é mais valiosa do que a reputação do culpado.

AQUELE QUE COMETEU UMA DIFAMAÇÃO SIMPLES (revelou pecados ou defeitos  verdadeiros de seu próximo) não pode negar o que disse, pois estaria mentindo; mas deve declarar que cometeu um erro ao dizer tal coisa, que não deveria ter falado, etc. Além de fazer isto, o caluniador deve aproveitar todas as oportunidades que tiver para elogiar e honrar o difamado (pelas virtudes que ele tenha, por suas boas obras, etc.).

NOTA: A reparação deve ser proporcional e suficiente. Assim, aquele que difama em público é obrigado a se retratar em público, de modo que as pessoas que tomaram conhecimento da ofensa possam recuperar a estima que tinham pela pessoa anteriormente difamada.

 

É EM ALGUM CASO LÍCITA A DIFAMAÇÃO?

A DIFAMAÇÃO QUE É CALÚNIA, em nenhum caso é lícita.

Mas a DIFAMAÇÃO SIMPLES, ou seja, a exposição do pecado oculto do próximo, mesmo que este perca sua reputação, é lícita quando há uma causa justa e quando assim o exija o bem público ou privado, porque dessa forma o pecador deixa de ter o direito de preservar sua reputação.

EXEMPLOS DE CAUSAS JUSTAS:

-A notável utilidade daquele que divulga o pecado (se o faz para pedir conselho ou favor, e não com o objetivo de difamar).

- A utilidade do pecador, para que ele possa se arrepender ou se corrigir.

- O bem público; quando se evitam danos que ameacem a Igreja ou a sociedade.

- O bem privado dos ouvintes ou de outros terceiros (para livrá-los de um dano certo ou provável).

Em todos esses casos, ao manifestar o pecado alheio, não se viola a justiça, pois o próximo não tem direito estrito à sua reputação a ponto de os demais se calarem com grave prejuízo para si; nem se viola a caridade, que não obriga com grave incômodo.

 

COMO PECA AQUELE QUE OUVE A DIFAMAÇÃO?

- Se aquele que ouve a difamação tiver efetivamente influenciado o outro a difamar, ele peca contra a justiça e contra a caridade:

Ele peca contra a justiça, por ser também causa do dano que se infere ao difamado; e peca contra a caridade, por cooperar com o pecado daquele que difama;

- Aquele que se alegra ao ouvir uma difamação grave peca gravemente contra a caridade, por alegrar-se com o dano alheio.

- Quando alguém ouve outro a difamar, e não faz nada para impedi-lo, por vergonha, ou por negligência ou medo, o pecado pode chegar a ser venial. Os pais que ouvem seus filhos difamarem e não os corrigem, cometem pecado contra a justiça, pois é seu dever corrigi-los.

- Se for fácil e eficaz evitar a difamação, isso deve ser feito sob pena de pecado.

- Aqueles que de alguma forma manifestam seu desagrado contra a difamação não cometem pecado.

 

CONCLUSÃO

Queridos leitores, EM UM DIA PRÓXIMO, Nosso Senhor se apresentará diante de nós para examinar nossas vestes nupciais. Ai de nós se não estivermos preparados! Pois então seremos lançados nas trevas exteriores, onde haverá choro e ranger de dentes por toda a eternidade.

E também, ai de nós se, mesmo tendo nossa veste nupcial, a manchássemos toda, pois assim seríamos lançados nas trevas do Purgatório, até que o fogo limpasse todas as manchas de nossa alma; E COMO É FÁCIL MANCHAR NOSSA ALMA COM O PECADO DA DIFAMAÇÃO, seja difamando ou até mesmo ouvindo a difamação!

CAROS LEITORES, CORRIJAMO-NOS IMEDIATAMENTE DESTE ABOMINÁVEL VÍCIO! Pratiquemos a caridade; a caridade é benigna, é suave; a caridade é benfeitora, não pensa mal; a caridade desvia os olhos do vício, para não vê-lo; a caridade não encontra prazer em descobrir as iniquidades. Muito longe de mostrá-las, ela as lamenta; e longe de zombar do pecador, se compadece dele. A CARIDADE, EM VEZ DE DESCOBRIR OS PECADOS, OS OCULTA, tanto quanto possível, de todos os olhos, cobrindo-os com seu manto.

QUERIDOS IRMÃOS, FAÇAMOS ESTAS COISAS, TENHAMOS GRANDE CARIDADE. Pois dessa forma teremos um branquíssima e formosíssima veste nupcial, e quando Nosso Senhor nos olhar, exclamará: “Vinde... entrai na alegria de vosso Senhor!”

Visto em: https://ejercitoremanente.com/2024/05/15/la-difamacion/

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Sábado, 23 de Novembro de 2024










Mulher Vestida de Sol